A CÂMARA SETORIAL DA CAJUCULTURA
A partir deste artigo, inicio análises das políticas públicas para as cadeias produtivas da economia piauiense, propostas pelas respectivas câmaras setoriais.
Última atualização: 20 Nov 2024 - 12:46
A CÂMARA SETORIAL DA CAJUCULTURA
A partir deste artigo, inicio análises das políticas públicas para as cadeias produtivas da
economia piauiense, propostas pelas respectivas câmaras setoriais. Como já referido no artigo anterior, o Piauí possui 25 câmaras setoriais.
A câmara setorial da cajucultura piauiense é composta por diversas lideranças setoriais e representantes de órgãos públicos federais, estaduais e municipais, além de instituições do Sistema S, como o Sebrae e o Senar. Após um amplo debate, a câmara definiu ações e territórios prioritários para implementação de políticas públicas. As ações principais giram em torno da recomposição da área plantada com caju no Piauí, que sofreu uma redução de aproximadamente 100 mil hectares entre os anos de 2011 e 2016, por causa da seca prolongada que se abateu sobre a região Nordeste.
As ações principais estão concentradas na aquisição e distribuição de mudas e na prestação de assistência técnica aos cajucultores visando a recomposição da área. Assim, desde 201, já foram adquiridas e distribuídas, pelo governo do Estado, mais de 2 milhões de mudas, o que impacta positivamente na retomada da atividade com a produção da castanha e do pedúnculo que dá origem a mais de 40 produtos a partir da matéria-prima caju.
Não obstante o esforço financeiro do governo do Estado, que já investiu mais de 5 milhões de reais só na aquisição das mudas, a retomada da atividade ainda padece de três importantes lacunas. Uma é na área da assistência técnica tendo em vista as limitações da Emater, empresa estadual de assistência técnica. A segunda lacuna se encontra na intempestividade na distribuição das mudas, que frequentemente chegam aos produtores já em fase avançada do período chuvoso no Estado. Por fim, a terceira importante lacuna está na preparação do solo e indisponibilidade do hidrogel, insumo que oferece humidade ao solo por mais tempo, contribuindo para a consolidação da muda plantada.
É importante ressaltar que todas as ações implementadas pelo setor público têm sido propostas, aprovadas e acompanhadas pela câmara setorial através de uma parceria essencial para o bom andamento das políticas públicas, bem como para a correção de rumos ano a ano.
Enfim, outras questões ainda serão enfrentadas pelo setor, como a recomposição do parque industrial, a constituição de um fundo nacional de apoio à cajucultura, e a conquista das condições de atendimento das exigências regulatórias feitas pelo Ministério da Agricultura.
Considerando que o orçamento anual do Estado é um “bolo” que é dividido entre os setores da sociedade e tendo em vista a crise fiscal que assola os estados brasileiros, o setor da cajucultura piauiense tem buscado a sua parte de forma organizada e tem sido bem sucedido, na minha modesta opinião. Também não poderia deixar de reconhecer os esforços dos diversos órgãos públicos estaduais e federais, mesmo com suas dificuldades, no enfrentamento deste desafio de fazer a cajucultura voltar ao seu lugar de destaque na economia piauiense e nordestina.