Vice-presidente da Anatel destaca as dificuldades para expandir banda larga

O vice-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Igor de Freitas, durante o debate "Políticas públicas para um setor estruturante", ele destacou as dificuldades encontradas na região do país para a ampliação da banda larga.

"Minha visão é mais liberal, as empresas precisam de flexibilidade para fazer suas escolhas, porque escolhas erradas podem fazer as empresas até saírem do mercado", afirmou.

De acordo com Igor de Freitas, existe pouco investimento e os recursos públicos são escassos. Considera ser "impossível uma política do filet sem osso, e o osso é grande mesmo, essa exigência é importante sim". Ou seja, as empresas que querem atuar em locais atraente, com vasto potencial de lucro devem também atender às áreas mais distantes consideradas sem muita relevância.

Debate sobre Políticas públicas para um setor estruturante. Reprodução: Google

Para Igor de Freitas, são necessários investimentos privados, complementando que "não há como trabalhar com uma política rentável e deixar de lado uma que precisa ser desenvolvida ainda". Ele acrescenta que nas regiões mais ricas do país já existe uma plataforma tecnológica moderna, onde podem ser feitas aplicações em IoT (Internet das Coisas), já sendo possível até o transporte de pessoas por drone. Mas a produtividade é um problema central, é necessário dispor de infraestrutura de banda larga para o desenvolvimento de aplicações.

O secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), André Borges, disse que está sendo revista a política do setor que propõe que as empresas comprem uma fatia de mercado (filet) rentável, e a parte de menor retorno dos investimentos (osso).

O presidente da Claro, José Felix, falou que a carga tributária do país só é comparável à da Tanzânia. A conta é cara e pouco está sendo investido no serviço de telecomunicações já que grande parte do valor do serviço é por conta de impostos, e o recurso arrecadado vai para o governo. Ele defendeu ainda a revisão do modelo regulatório nacional.