A taxa de mortalidade da Maternidade Evangelina Rosa já atingiu este ano 43,75 mortes a cada mil nascimentos, o que representa quase 3 vezes o número de mortes da média nacional que atualmente é 15 em cada mil. O Ministério Público apurou que somente em abril deste ano, do dia 1 ao dia 23, foram registrados 23 óbitos na maternidade, ou seja, um por dia.
A promotora Karla Daniela Furtado estuda ingressar com uma Ação Civil Pública para tentar diminuir os números e intervenções necessárias na maternidade.
De acordo com a promotora, a taxa de mortalidade é elevada apesar dos óbitos registrados por problemas que inviabilizam a vida. "A elevação crescente é no número de mortes na maternidade nos últimos dez anos e há uma divergência entre a taxa de mortalidade e a taxa de infecção, que pode ser provocada pela falta de insumos. É de conhecimento nosso que há os bebês inviáveis (má formação, anencéfalos, prematuridade extrema, etc), mas a taxa de mortalidade é crescente e a taxa de infecção está decrescente", destacou.
Ainda segundo Karla Daniele, a falta de insumos pode ser o principal fator agravante. "As duas taxas deveriam estar crescentes porquê geralmente as crianças morrem por infecção. A falta de insumos do próprio laboratório deve estar prejudicando esses exames. As duas taxas estão desarmônicas e revelam esse indicativo da falta de insumos no laboratório da Evangelina Rosa", explicou.
Veja o que diz a maternidade
Reconhecemos o alto índice de mortalidade infantil na Instituição, mas é fundamental esclarecer que se trata de um Hospital de alta complexidade, ou seja, que atende grávidas em gestação de alto risco e seus bebês, que podem vir a ter complicações ao nascer.
É comum acontecer casos de bebês que nascem com complicações em outras maternidades e são transferidos para Evangelina, pela alta complexidade, e acabam vindo a óbito nesta Instituição. Fatores externos como situação social relacionados às gestantes também contribuem.
Reconhecemos que ainda existem falhas nos nossos processos de trabalho, que são, ainda que em menor índice, causas de mortalidade, no entanto, a Maternidade vive constantemente capacitando seus profissionais, melhorando o atendimento através da aquisição de equipamentos, material médico e insumos.
Ryan Andrade, com informações do Cidade Verde.