A campanha de combate ao câncer “Preciso Viver” foi lançada na manhã desta terça-feira (10), na Câmara Municipal de Teresina. A campanha é uma iniciativa da Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer e tem como objetivo chamar atenção dos órgãos públicos ligados a saúde para que o atendimento ao paciente oncológico seja feito imediatamente após o diagnóstico, visto que existe uma lei federal que estabelece um prazo de 60 dias.
Segundo a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer no Piauí, Carmem Campelo, além da celeridade no tratamento, ela também chama atenção para a atualização na tabela de procedimentos do SUS referentes à oncologia, que não é revista há oito anos. A lei (que está em vigor desde 2014) que garante o início do tratamento aos 60 dias, não impactou tanto. Hoje, 60% dos pacientes que são diagnosticados já estão com nível avançado da doença e a chance de vida diminui se o tratamento não começa rapidamente.
“Por isso, a taxa de mortalidade está altíssima, mais avançada do que as doenças circulatórias, então, daqui a pouco, o câncer vai ser a primeira causa de morte no Brasil. Temos que mudar as políticas públicas e priorizar o diagnóstico precoce. Para isso, muitos fatores contribuem. Este ano resolvemos focar na tabela do SUS, que é algo mais imediato. Muitos hospitais estão restringindo o tratamento dos pacientes, pois ele é muito caro. A tabela não sofre reajuste e estes hospitais não têm condições de arcar com as despesas”, afirmou Carmem Campelo.
A vereadora Graça Amorim falou sobre a demora no atendimento do SUS. “O que temos visto hoje é que o atendimento que é feito pelo SUS é muito demorado, embora exista uma lei federal que estabelece um prazo de até 60 dias para dar início ao tratamento, mas não é o que está acontecendo. Hoje é o grito inicial desta campanha para chamar atenção dos órgãos de saúde para que o atendimento seja feito com celeridade e eficácia. Já vimos casos de pessoas que vieram a óbito porque não fizeram o tratamento a tempo”, disse Graça Amorim.
Reportagem Danielly Duarte, supervisão Pedro Henrique Santiago