Casos de sífilis crescem quase 1000% nos últimos seis anos no Piauí

As mulheres são as que mais têm contraído a doença (51% dos casos) e a faixa etária predominante (50%) é entre jovens de 20 a 34 anos.

20/10/2020 - 11h45 - atualizado 21/10/2020 - 09h33

Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) revelou que os casos de sífilis adquirida no Piauí cresceram quase 1000% nos últimos seis anos.

Segundo os dados, as notificações de sífilis congênita e em gestantes também tiveram um crescimento preocupante. As mulheres são as que mais têm contraído a doença (51% dos casos) e a faixa etária predominante (50%) é entre jovens de 20 a 34 anos.

A coordenadora de Doenças Transmissíveis (DST) da Secretaria Estadual da Saúde, Karina Amorim, explica que a doença é prevenível, tratável e curável, mas o Brasil se encontra em uma situação de epidemia.

"Antes da pandemia Covid-19, o Brasil já experimentava a epidemia de sífilis. Desde 2014, a gente vem observando um aumento no número de casos. Houve um esforço muito grande da Sesapi em orientar todos os municípios, capacitar os profissionais e implantar o teste rápido que é uma estratégia de diagnóstico precoce. Assim, houve o aumento no número de casos por conta do aumento da testagem", explicou Amorim. 

Ela ressalta que a sífilis adquirida, doença que pode ser detectada em homens e mulheres, independente da faixa etária, teve um crescimento expressivo. Karina Amorim pontua que o crescimento da sífilis congênita também é preocupante.

"E é uma doença que deve ser  detectada durante o pré-natal e tratada para que não seja transmitida para o bebê", alerta Amorim. 

A sífilis é uma infecção sexualmente transmitida pelo contato sexual sem o uso de preservativo. 

"É evolutiva no organismo. Tem a fase primária, secundária, latente e, por fim, a terciária. A fase latente, a mais comum, não há sintomas. Então, a população só sabe se fizer um exame que pode ser rápido ou o sorológico, que o resultado sai em torno de 24 horas. Mesmo na forma latente, a doença é transmissível. As pessoas com vida sexualmente ativa devem fazer o teste, pelo menos, uma vez ao ano, que pode ser feito de forma gratuita no posto de saúde mesmo. O tratamento também é gratuito", orienta Karina Amorim.

Com informações de Cidade Verde