A defesa do médium João de Deus, preso suspeito de abusos sexuais durante tratamentos espirituais em Abadiânia, protocolou, nesta segunda-feira (17), um pedido de habeas corpus do líder religioso. João está preso preventivamente no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, depois que mais de 330 mulheres denunciaram à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) terem sido abusadas por ele.
O pedido de habeas corpus foi protocolado pelo advogado do médium, Alberto Toron. A intenção é que João de Deus tenha direito de prisão domiciliar enquanto o caso é investigado. Entre os argumentos está a idade, já que o preso tem 76 anos, e a saúde debilitada.
O médium prestou depoimento durante 3h na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, totalizando sete páginas de respostas às perguntas dos delegados.
Os delegados informaram que o preso ficou calmo durante o depoimento, com exceção do momento em que falou de uma vítima de quem se lembrava e ficou nervoso. O delegado-geral André Fernandes disse que João deve ser ouvido novamente.
O que diz a defesa
O advogado Alberto Toron, que defende o médium, disse que tem “sérias dúvidas sobre os depoimentos incriminatórios”. “Tivemos acesso a parte dos depoimentos e sem fotos das vítimas, então alguns casos ele não se lembra. E tem relatos de mulheres que dizem ter sido abusadas e voltaram lá outras vezes. Então, é preciso escrutinar tudo com calma para que não haja um linchamento”, explicou.
O defensor disse ainda que o médium alega inocência e que acredita que isso é uma armação contra ele. “O senhor João acha que tem gente que o quer destruir”, completou.
Sobre a movimentação de R$ 35 milhões nas contas de João de Deus, o advogado explicou que não houve nenhum saque. "Não houve nenhuma movimentação. Ele simplesmente baixou as suas aplicações para fazer frente às necessidades dele. O que se reputou que seria dinheiro para ele poder fugir cai por terra quando ele se apresenta. Ele se apresentou dando mostras claras de que respeita a Justiça e o Poder Judiciário e por isso está à disposição", explicou.
Fonte: G1.