"Uma abordagem desastrosa" - esse foi a definição da Polícia Militar sobre o caso da garota de 9 anos morta em uma ação policial no mês de dezembro do ano passado.
Mesmo com esta afirmação e tendo conhecimento que seus soldados tiveram uma atitude que não condiz com uma das funções da Polícia Militar, que é assegurar vida, o corregedor da PM, coronel Sérgio Moura se negou a apresentar os dois soldados à Delegacia de Homícidios, mesmo com a intimação."Enviamos dois ofícios que foram negados. O corregedor disse que por determinação do comandante- geral da PM deixava de atender a nossa solicitação", disse o delegado Barêtta.
Após a apuração será avaliado se será instaurado inquérito policial pela Delegacia de Homicídios ou se irá representar junto à Procuradoria Geral de Justiça / Crédito: Portal AZ
Por conta desta conduta do corregedor, o delegado Barêtta irá investigar se houve por parte da corregedoria a obstrução aos trabalhos da Justiça, desobediência à ordem legal da autoridade policial e de provariação e usurpação de função pública. "Vamos apurar a conduta do corregedor na esfera penal e administrativa", explica.
Os policiais Aldo Luís e Francisco Alves serão indiciados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual por terem alterado a cena do crime. "Não temos dúvidas de que estamos diante de um dolo eventual e não de uma culpa consciente, além de fraude processual. Vamos concluir o inquérito com todos os indícios para que o MP possa oferecer a denúncia", finaliza o delegado.
COMANDANTE GERAL DIZ QUE A COMPETÊNCIA É DA PM
A Polícia Militar através do seu comandante-geral, coronel Carlos Augsuto, disse que não houve impedimento à apresentação dos PMs que estão sendo investigados."Se a Polícia Civil também quiser ouvir os policiais não vamos obstacularizar de forma alguma. O que aconteceu foi a recusa de encaminhar todos os autos porque a Justiça acolheu o auto de prisão em flagrante feito pela Corregedoria da PM e determinou a prisão preventiva", alegou o comandante.
O comandante da PM afirma que não há rivalidade entre a Polícia Civil e a Polícia Militar / Crédito: F. Carvalho
O comandante afirmou ainda que a corregedoria é quem tem competência para investigar o caso. "As instituições não vão entrar em conflito porque o interesse nosso é de defender a sociedade e apurar de forma transparente. Não há problema em a Polícia Civil também investigar. A PM é competente para apurar todas as infrações de competência penal militar e quem diz isso é a Constituição Federal", finaliza o comandante.