Estudantes denunciam professor por exigir relações amorosas em troca de boas notas

Uma das estudantes disse que o professor chegou a propor a relação em troca de aprovação no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

27/06/2019 - 15h30

Duas estudantes de Direito denunciaram na Delegacia da Mulher, no Centro de Teresina, um professor por assédio e importunação sexual. 

As universitárias de 28 anos e 21 anos informaram à delegada Vilma Alves que o professor Arnaldo Eugênio - do curso de Direitos Humanos - chegou a propor que uma delas saísse com ele em troca de aprovação no TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

"Ele dizia: 'você sabe como tirar 10 no TCC e insinuava: 'se sair comigo tira 10", disse a estudante.

 Delegada Vilma Alves. (Foto: cidade verde)

As identidades foram preservadas porque as vítimas estão com medo de retaliações. A estudante de 28 anos é casada e relatou que as insinuações começaram quando o professor passou a ser seu orientador para a monografia. 

"Primeiro ele me cobrou R$ 200 para alguém fazer minha monografia. Eu disse que estava desempregada e não tinha o dinheiro. Então, ele chegou a dizer: se sair à noite comigo para tomar umas cervejas, eu faço seu trabalho", relata.

A vítima disse que a cada encontro para a orientação do TCC ocorriam assédios. "Uma vez, ele me beijou na orelha, ficou saliva e isso me deixou desnorteada. Fiquei muito abalada e não fiz denúncia no dia porque tinha medo", afirma.

A delegada Vilma Alves disse que abriu inquérito e está apurando o caso.

"Isso fere a dignidade da mulher. Nós temos que defender a dignidade, a liberdade e o respeito às mulheres. O professor é mais que um pai, um amigo, é uma pessoa de expressão de confiança. Como dizer: eu lhe dou uma nota se você tiver um relacionamento. Isso é um absurdo", disse a delegada.

A vítima de 21 anos procurou o professor porque o tema de seu TCC era sobre sistema carcerário. Arnaldo Eugênio é doutor e especialista em segurança pública.

"Ele alisava meu braço, passava a mão em meu cabelo e chegou ao ponto de dizer: você sabe o que precisa para ficar melhor ainda e perguntava: não quer namorar comigo?", conta a estudante. 

O professor alega não ter conhecimento da denúncia.

"É uma denúncia sem pé e nem cabeça. Não estou sabendo, mas assim que me inteirar da denúncia procuro o site para esclarecer", disse o professor.

Com informações de Cidade Verde.