A chuva é fundamental para o sucesso da colheita de qualquer agricultor, mas o excesso delas também pode ser prejudicial, principalmente, quando os produtores apostam no cultivo do milho e do feijão. As fortes chuvas que caíram sobre todo o estado do Piauí nos últimos meses, além de terem causado problemas com alagamentos, deslizamentos e fazendo muitas barragens operarem acima da capacidade, também estão prejudicando plantações e comprometendo a colheita.
Antônio Nunes, agricultor e sindicalista dono de uma propriedade na localidade Recanto Santo Antônio, na Zona Rural de Teresina, informou à Rede Piauí que percebeu uma perda na quantidade de grãos depois que as precipitações começaram a se intensificar na região. "O excesso de chuvas prejudicou a colheita porque a planta não precisa somente de água. Elas necessitam de aberturas de sol e o tempo nublado, típico desse período, não é o mais ideal para uma boa colheita", disse.
Colheita do milho é que a mais sofre com excesso de chuvas. (Foto: O Povo Online)
O diretor técnico do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Clébio Coutinho, explicou porque as culturas do milho e do feijão sofrem com o excesso de chuvas. "Tanto o milho como o feijão são dois tipos de culturas que necessitam muito mais de sol do que água. A água em grandes quantidades apodrece os grãos porque deixa a planta muito úmida. O milho também requer um solo muito pesado e, se houver chuva demais, ela vai comprometer o solo e, consequentemente, a estrutura da planta", explicou o diretor.
O que diz a meteorologia?
A meteorologia prevê ocorrência de precipitações em todo o Piauí até o início do mês de junho quando o principal fenômeno atmosférico causador de chuvas, a Zona de Convergência Intertropical, começa a perder força no Norte do Nordeste. Até lá, os agricultores precisam estar preparados para muita chuva, principalmente, na porção Norte do Estado, nas regiões que compreendem desde a capital, Teresina, até o extremo norte, no litoral piauiense.
*Reportagem de Ryan Andrade, sob supervisão de Pedro Henrique Santiago