Um grupo de cerca de 20 pessoas entrou hoje (13), por volta das 5h na Embaixada da Venezuela, em Brasília, onde permanece até o momento em apoio a Juan Guaidó, opositor ao governo venezuelano, que se proclamou presidente daquele país.
Utilizando o mesmo tipo de vestimenta – calça comprida e camisa branca – o grupo defende que a indicada por Guaidó para o cargo de embaixadora no Brasil, Maria Teresa Belandria, passe a chefiar a embaixada.
Grupo entra na Embaixada da Venezuela em apoio a Juan Guaidó.
Diante da situação, centenas de apoiadores - tanto do presidente Nicolás Maduro como de seu opositor autoproclamado presidente - se dirigiram à embaixada para acompanhar de perto a situação. Alguns políticos também foram ao local para intermediar as negociações, bem como o coordenador geral de privilégios e imunidades do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maurício Correia.
“Temos pessoas não reconhecidas dentro das instalações, violando o direito internacional e violentando a Convenção de Viena. Chamamos a comunidade internacional a se pronunciar sobre essa situação que vulnera os direitos humanos dos venezuelanos que vivem e moram dentro da residência oficial de nosso país”, disse o encarregado de negócios da embaixada venezuelana, Federico Meregote.
Já a equipe indicada por Guaidó para o corpo diplomático da embaixada disse que a entrada foi facilitada por funcionários da embaixada. “No dia de hoje, funcionários da embaixada reconheceram Guaidó como presidente da Venezuela e fizeram a entrega da residência e dos escritórios da embaixada da Venezuela no Brasil”, disse, em um vídeo disponibilizado nas redes sociais, o ministro conselheiro Tomás Alejandro Silva indicado por Guaidó.
“Valorizamos positivamente o reconhecimento ao governo legítimo do presidente Guaidó, e solicitamos a todos os funcionários lotados na embaixada e nos sete consulados da Venezuela [no Brasil], que adotem essa mesma decisão e se dirijam a seus locais de trabalho para trabalhar em prol de todos os venezuelanos residentes no Brasil”, disse Maria Teresa por meio de nota à imprensa.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) se manifestou sobre o caso e informou, por meio de nota, que “o presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do Sr. Juan Guaidó”.
Ainda segundo a nota do GSI, tais acusações são feitas por “indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade”, e que “as forças de segurança, da União e do Distrito Federal, estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade”.
Falando em nome do grupo que adentrou na embaixada, o engenheiro Alberto Palombo disse que o grupo é composto por “voluntários em apoio a Maria Teresa”. “A embaixadora é oficialmente reconhecida pelo governo brasileiro. Estamos aqui em apoio à causa [de Guaidó]”, disse o venezuelano. Segundo ele, o grupo que entrou na embaixada é composto exclusivamente por civis.
Entre os parlamentares que participam das negociações, está o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS). Segundo ele, “tudo leva a crer que os invasores são pessoas contratadas, em uma ação planejada para ocorrer durante a reunião do Brics, visando maior repercussão". "Trata-se de uma gravíssima violação do direito internacional; algo sem precedentes. É de responsabilidade das autoridades brasileiras garantir a integridade desse espaço, que é território venezuelano”, disse.
Fonte: Agência Brasil.