O incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, situado na Quinta da Boa Vista, na capital fluminense, foi controlado apenas por volta das 3h da manhã desta segunda-feira (3).
Controlado o incêndio, a previsão é que equipes de bombeiros entrem no prédio para avaliar as condições da estrutura. O trabalho de perícia e de investigação será conduzido por agentes da Polícia Federal da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio.
Não há previsão para o início da avaliação das condições do prédio nem da perícia, pois há locais ainda com focos de incêndio.
O incêndio começou por volta das 19h30 de domingo (2). Os bombeiros tiveram dificuldades em controlar o fogo porque os hidrantes não funcionaram. Foi necessário recorrer à companhia de águas e saneamento do Rio e ainda buscar água no lago do parque nacional onde está o museu.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo museu, lamentou em nota o ocorrido. “É a maior tragédia museológica do país. Uma perda incalculável para o nosso patrimônio científico, histórico e cultural.”
No texto, a UFRJ se solidariza, em nome do Instituto Brasileiro de Museus, com servidores e pesquisadores do Museu Nacional, no que considera um triste registro da história.
“Tamanha perplexidade que toma a todos, nos defronta com o maior desafio dos museus: consolidar e implementar uma política pública que garanta, de forma efetiva, a manutenção e conservação de edifícios e acervos do patrimônio cultural brasileiro”, destaca a nota.
Acervo
O Museu Nacional do Rio reunia um acervo de mais de 20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a maior coleção de múmias egípcias das Américas.
História
O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Histórico de incêndios
Na última década, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem sido palco de diversos incêndios, que destroem construções importantes para a educação e pesquisa científica no Brasil. O do Museu Nacional é o terceiro deste ano.
Em agosto, uma explosão de menor proporção no laboratório de metalurgia do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) deixou três feridos. Em junho, o nono andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, conhecido como Hospital do Fundão, também pegou fogo. Ninguém se feriu.
Em agosto do ano passado, o alojamento da universidade também foi incendiado, deixando quatro feridos. O prédio, com mais de 50 anos, nunca passou por uma reforma de infraestrutura, segundo a UFRJ. A nota oficial da Residência Estudantil da universidade explicou que não havia saída de emergência, nem alerta de incêndio no local, e que o único extintor disponível no andar não foi o bastante para evitar o acidente.
Em outubro de 2016, outro incêndio consumiu o oitavo andar da Reitoria da UFRJ, no Fundão, Ilha do Governador. O edifício abrigava os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Belas Artes, além de setores administrativos e grande quantidade de acervo documental. Cinco andares ficaram interditados e pelo menos 11 cursos foram afetados.
Em outubro de 2014, um curto-circuito em um ar-condicionado provocou mais um incêndio na UFRJ, desta vez no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Ninguém se feriu, mas um laboratório ficou totalmente destruído.
A Faculdade de Letras também pegou fogo em setembro de 2012. Os alunos estavam prestes a retornar às aulas depois de 3 meses de greve, quando o almoxarifado foi destruído por um incêndio. Não houve vítimas.
Em 2011, outro edifício da UFRJ incendiado foi o Palácio Universitário, que fica na Praia Vermelha, zona sul do Rio. O fogo atingiu a capela e o almoxarifado da Faculdade de Educação. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Com informações de Agência Brasil