Maria Zilnar Coutinho Leal, juíza titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, indeferiu o pedido de Allison Wattson da Silva Nascimento, capitão da Polícia Militar, de anular a pronúncia realizada para julgamento no Júri Popular. O militar é suspeito de ter matado com um tiro na cabeça a companheira Camilla Abreu em outubro de 2017.
Na audiência de instrução e julgamento, realizada em fevereiro deste ano, o oficial da PM foi denunciado por crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual e decidido que será julgado pelo Tribunal do Júri.
Juíza Maria Zilnar Coutinho Leal. (Foto: Cidade Verde)
Na decisão da magistrada, publicada nesta sexta(18), Zilnar Coutinho mantém a pronúncia e diz que não há como considerar os argumentos utilizados pelo réu, que relatou não ter tido uma defesa satisfatória e de pedir perícia em aparelhos celulares de duas testemunhas.
Ela confirma também que há a qualificadora de feminicídio, já que ele mantinha um relacionamento com a vítima e que os fatos, em tese, ocorreram no contexto de violência doméstica e familiar.
Camilla Abreu e o capitão Alisson. (Foto: Arquivo pessoal)
“Assim, ao contrário do que a defesa afirma, não se exige que o delito tenha sido motivado apenas por menosprezo ou discriminação à condição de mulher, podendo haver a incidência da qualificadora se estivermos diante da circunstância objetiva de crime cometido com violência doméstica e familiar, conforme art. 121, § 2º, VI c/c § 2º-A, I do Código Penal. Assim sendo, mantenho em todos os termos a decisão de pronúncia proferida nos autos”, encerra a juíza da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Fonte: Cidade Verde