Um dossiê elaborado pelos Núcleo de Inclusão Social e o grupo Nós: dissidências feministas e divulgado em março deste ano revelou o crescimento da violência contra mulheres lésbicas. No ano de 2018, apenas nos dois primeiros meses, já foram registrados 26 casos de assassinatos de mulheres lésbicas. De acordo com o estudo, 180 homicídios de lésbicas foram registrados no período entre 2000 e 2017. No entanto, somente entre os anos de 2014 e 2017, foram registrados 126 assassinatos de lésbicas no país.
O estudo mostrou ainda que a violência vem do preconceito masculino. “As lésbicas se relacionam sexual e afetivamente exclusivamente com mulheres, mas os principais assassinos de lésbicas no Brasil são homens, o que significa que o vínculo conjugal entre vítima e assassino, muito recorrente nos casos de violência doméstica resultantes em feminicídios, não ocorre nos casos de lesbocídio”, revela o texto do dossiê.
Conforme ainda o texto do documento, o termo lesbocídio deve ser utilizado como uma forma de chamar a atenção contra a negligência e o preconceito da socidade brasileira com as lésbicas. “Assim, definimos lesbocídio como morte de lésbicas por motivo de lesbofobia ou ódio, repulsa e discriminação contra a existência lésbica”, informa.
A pesquisa foi resultado do projeto de pesquisa Lesbocídio – As histórias que ninguém conta, projeto vinculado ao Núcleo de Inclusão Social e o Nós: dissidências feministas, projetos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).