Os médicos da rede estadual de saúde do Piauí paralisaram mais uma vez suas atividades. Os protestos tiveram início nesta terça-feira (16) e seguem até sexta-feira (19). Só em 2019, é a quarta vez que a categoria paralisa. Com a paralisação, os médicos atendem apenas urgência e emergência.
De acordo com o Hospital Getúlio Vargas (HGV), os pacientes que estavam com consultas marcadas tiveram os procedimentos reagendados para os dias 27, 28, 29 e 30 de agosto. Várias pessoas pessoas chegaram para o atendimento mas foram dispensadas.
Segundo Samuel Rêgo, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), a categoria pede o cumprimento do plano de Cargos e Salários e melhores condições de trabalho. "Os médicos não estão pedindo reajuste salarial. A única coisa que está sendo cobrada é o cumprimento da lei da carreira e o que nós queremos mesmo é ter condições de trabalhar, porque hoje estão morrendo pacientes", declarou o presidente.
Outro diretor do Sindicato disse que a principal denúncia é a falta de condições de trabalho. "O Estado não tem posicionado de maneira favorável nenhuma negociação. A gente denuncia, principalmente, a falta de condições de trabalho. O caos que está instalado na Saúde. Quem mais sofre com isso é a população. A gente reclama também das progressões que são lei, mas não são realizadas. A insalubridade é irregular e não há concurso público para contratar novos profissionais", disse Francisco Cavalcante.
Francisco Cavalcante também afirmou que a situação é precária no interior do Estado e que os médicos também vão suspender consultas até a sexta-feira (19). "Existe um sistema de regulação de leito que pacientes são transferidos sem a seleção adequada e terminam ficando desassistidos, dentro do hospital com permanência elevada, pacientes em estado terminal porque não há como, em nehuma unidade do Estado, se resolver ou dar seguimento a atendimento de pacientes",explicou o médico.
Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi)
O superintendente da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), Hérlon Guimarães, afirmou que a paralisação é legítima, mas que o maior impedimento para atender as reivindicações dos médicos é a Lei de Resposabilidade Fiscal. "Estamos em processos de construção de negociação de mesa, governo e os médicos para que possamos chegar a um denominador comum. É sempre bom lembrar que temos aí um impeditivo legal. A gente não pode deixar de falar da LRF que vai ao contrário do que a categoria solicita que é justamente a progressão, a utilização do piso nacional como reconhecimento da categoria", disse Herlon Guimarães.