Um gráfico desenvolvido pelo engenheiro agrimensor e cartógrafo Vicente de Paula Sousa Junior mostra a evolução do novo coronavírus em Teresina. O mapa é desenvolvido com base nos dados do Painel Covid-19, da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
Através do gráfico, é possível ver que o bairro Itararé, zona Sudeste de Teresina, ocupa o primeiro lugar no número de casos. Em seguida, temos o Jóquei, na zona Leste, e na terceira posição o bairro Mocambinho, zona Norte de Teresina.
Nos primeiros registros de coronavírus em Teresina, os bairros da zona Leste ocupavam as primeiras três colocações de casos - agora temos uma situação que revela como vírus se espalhou pela capital piauiense.
Nesta quarta-feira (03), o bairro Itararé estava com 94 casos, o Jóquei com 77 e o Mocambinho com 74.
O bairro Mocambinho, na zona Norte, registrou grande acréscimo nos casos de Covid-19. No dia 20 de maio eram 46 casos - o que representa um aumento de 28 casos em duas semanas.
De acordo com o engenheiro, o baixo índice de isolamento explica o aumento no número de casos. Cerca de um mês atrás, o Mocambinho registrou apenas 49,03% de isolamento social. “No início de maio (03 de maio) o Itararé iniciou uma crescente de casos e em 15 de maio ele se tornou o bairro com maior número de casos. O Mocambinho coincide com o mesmo período de crescente do Itararé (pode ser por serem os bairros mais populoso da cidade) e se torna o terceiro em casos dia 18 de Maio. Eu tenho os dados do isolamento social do dia 04 de maio e o Itararé tinha taxa de 46,32% e o Mocambinho 49,03%. Ou seja, o baixo isolamento social pode ter sido uma das variáveis que fez esse crescimento de casos ocorrer nesses bairros”, explicou Vicente de Paula.
Ele também explicou que o bairro Mocambinho influencia espacialmente o crescimento nessa região (acima da Ponte da Primavera), de bairros como Primavera [36 casos], Santa Maria [35] e Buenos Aires [42].
“Eles são bem próximos do Mocambinho. Assim como há influência do bairro Jóquei na Zona Leste (Fátima [49] e Ininga [50]). Na Zona Sul e Sudeste os focos estão um pouco mais distantes”, acrescentou Vicente.
A Zona Leste é a região onde há mais casos desde o início do monitoramento. Já as zonas Centro-Norte e Sul estiveram atrás seguindo basicamente o mesmo número de casos até o dia 14 de maio.
“A região Centro-Norte começou a ter uma crescente nos números e chegou até bem próximo da Zona Leste. Espacialmente falando, os casos iniciaram nas áreas mais nobres e estão chegando aos bairros mais distantes”, afirmou o engenheiro e cartógrafo.
No boletim divulgado no dia 02 de Junho, Teresina tinha 2531 casos confirmados da doença.