Mais de 60 famílias do bairro Recanto das Palmeiras tiveram suas casas devastadas pela enchente da última sexta-feira (30/03) e ainda tentam limpar a sujeira e calcular os estragos causados pelo rompimento de um trecho da BR-343. Os imóveis ficaram completamente destruídos, após serem invadidos pela correnteza, que arrastou carros e derrubou muros.
Depois da tragédia, os moradores tentam limpar suas casas e reaproveitar móveis e outros objetos que não foram perdidos. O comerciante Marcos Rodrigues (43), que mora no local há três anos, está desde sábado com familiares e amigos retirando lama e entulhos de sua casa. Sobre os prejuízos, ele disse que ainda não mensurou, mas sabe que foi elevado.
“Eu estava em Barras quando os vizinhos ligaram dizendo que a água tinha invadido minha casa e o cenário era de total destruição. Não dá para calcular quanto eu perdi porque foram dois carros, mais 15 motos, móveis, aparelhos eletrônicos, documentos. Foi perda total”, explicou ele. A água atingiu mais de um metro de altura e deixou para trás meio metro de lama.
Um grupo de vizinhos do mesmo bairro resolveu se reunir e ajudar as famílias a se recompor. Com uma pequena ajuda de cada, os moradores reuniram doações de alimentos e roupas para as pessoas que perderam tudo com a chuva. A costureira Ellen Grace é uma das moradoras que está organizando o grupo de ajuda.
"Eu fui lá ontem pela manhã e vi que a situação estava muito ruim mesmo, eles não tinham nem o que comer. Então me juntei com outras pessoas do bairro, cada um foi fazendo um pouquinho a mais de almoço e levamos para eles comerem ontem", contou ela. Além da alimentação, os moradores também doaram cestas básicas e roupas para as famílias. "O que a gente tinha em casa, a gente foi pegando e doando, outras pessoas saíram para comprar e ontem a tarde levamos para eles", acrescentou.
Para ajudar, os interessados podem levar doações para a casa da moradora Ellen Grace, localizada na Rua Cristóvão Colombo, número 4091, por trás do Restaurante Maresia da Avenida João XXIII.
Apesar da ajuda, os moradores desabrigados ainda necessitam da doação de colchões, roupa e comida. Toda ajuda é bem-vinda. "Duas casas foram as que perderam tudo mesmo, não chegou a cair a casa porque Deus não quis. Mas são 10 famílias que não tem nada mesmo, não tem colchão, não tem roupa, nada", lamentou a costureira, Ellen Grace.
*Reportagem de Helorrany Rodrigues, supervisão Pedro Henrique Santiago