A pré-candidata à presidência da República pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva, foi entrevistada pela TV Band, na madrugada desta terça-feira (22). Marina focou o seu discurso na economia defendendo uma reforma da previdência que seja justa à classe trabalhadora, criticou a proposta de reforma do presidente Temer e se posicionou contrária à legalização do porte de armas para combater a violência.
Marina é pré-candidata à presidência da República. (Foto: Band)
Economia
Marina voltou a dizer que pretende compor o seu governo com os melhores, independente do partido, e que números não viabilizam governabilidade: "O modelo que temos aí está mais do que falido. A presidenta Dilma tinha quase 300 parlamentares e não conseguiu governar. O presidente Temer tem quase 300 parlamentares e não entrega o que propõe. Precisamos mudar essa relação com o Congresso, e a melhor forma é o convencimento", criticou a presidenciável fazendo uma referência às dificuldades enfrentadas pelo presidente Michel Temer em aprovar a reforma da previdência e pela ex-presidente Dilma que também não conseguia aprovar os projetos de interesse do Governo mesmo tendo muitos aliados.
A pré-candidata sugeriu uma revisão periódica da LDO (Lei de Diretizes Orçamentárias) como um mecanismo de conteção de gastos: "Nós temos um total descontrole das contas públicas hoje. Precisamos de eficiência e não podemos gastar mais do que arracadamos. É possível fazer isso observando ano a ano a LDO a fim de evitar abusos de verba pública", propôs.
Reforma da Previdência
Marina defendeu que o Brasil precisa passar por uma reforma da previdência em caráter de urgência, mas criticou a proposta que foi enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Michel Temer e defendeu o combate de regalias para as mudanças nas relações trabalhistas e previdenciárias: "Não se pode fazer essa reforma sem combater privilégios e outra séries de injustiças que o governo, de forma oportunista, criou para se sustentar", disse Marina.
Segurança pública
A ex-ministra também criticou o porte de armas, uma das principais propostas do seu opositor, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com Marina, reprimir a violência e combater o crime organizado competem ao Estado: "O porte legal de armas já existe na lei. O problema da segurança, porém, não vai resolver distribuindo armas para pessoas assim. A obrigação de reprimir o crime e a violência é do Estado, que está legitimado para isso. Criar essa lógica de armar a sociedade para que ela faça sua autodefesa é reconhecer a falência e a incapacidade do Estado." falou a pré-candidata.
Pré-candidatura confirmada
Marina Silva confirmou sua pré-candidatura no dia 7 de abril durante o Congresso Nacional da Rede Sustentabilidade, em Brasília. Recentemente, a pré-candidata esteve em Teresina e participou do lançamento da pré-candidatura de Irmã Graça ao Governo do Estado. Marina também conversou com empresários e representantes de outros partidos além de ter visitado um projeto social desenvolvido em Nazária.
Sem Lula, Marina ocupa segundo lugar nas pesquisas
A útima pesquisa de intenção, divulgada pela CNT/MDA, mostrou que Marina Silva tem 11,1% de preferência do eleitorado, atrás de Jair Bolsonaro, que tem 18,3% quando se leva em consideração o cenário em que o ex-presidente Lula não aparece entre os pré-candidatos.