A Delegacia da Mulher e o CRM (Conselho Regional de Medicina) investigam um médico psiquiátrico suspeito de assediar sexualmente oito mulheres em Teresina.
As denúncias contra o médico Eurivan Sales Ribeiro foram protocoladas em dezembro do ano passado. Ontem (3), a sindicância do CRM opinou pela abertura do Processo Ético Profissional e pelo Processo de Interdição Cautelar por seis meses. As medidas são de cunho investigativo. O médico não será afastado e continuará exercendo a profissão até a conclusão dos inquéritos.
Segundo apurou o Cidadeverde.com, as vítimas relataram que foram assediadas dentro do consultório durante atendimento. Entre os abusos denunciados pelas mulheres estão do médico chegar a desenhar uma vagina e perguntar para a paciente se ela gostava de sexo a três. Em outra investida, segundo depoimentos, o médico escutava o coração da vítima e chegava a palpar os seios dela. Durante consulta, ele teria feito perguntas de cunho sexual e com frases evasivas, afirmando que paciente é “fogosa” que “estava com fogo”.
A advogada da vítima, Adélia Barros, informou ao portal Cidadeverde.com que pelos depoimentos das mulheres, o médico cometeu o crime de violência sexual, mediante fraude.
“Minhas clientes são mulheres sérias e as provas são os depoimentos delas. São mais de 21 mulheres vítimas, mas somente oito oficializaram a denúncia. São mulheres que já estavam vulneráveis, fazendo tratamento psicológico e algumas delas não conseguem nem falar de tão traumatizadas”, disse Adélia Barros, que junto com a advogada Maria Dalva Fernandes fazem a defesa das vítimas.
Defesa do médico
O Cidadeverde.com esteve no CRM-PI e conversou com a advogada Lívia Veríssimo Miranda, que faz a defesa do médico suspeito de assédio. À reportagem, Lívia disse que a família do médico a procurou após o caso repercutir nas redes e na imprensa.
“Os filhos me ligaram assustados. Não estavam entendendo nada do que aconteceu. O médico não foi afastado e não há nada concreto contra ele. Há uma investigação no âmbito administrativo, mas sequer saiu do âmbito do inquérito”, afirmou a advogada ao comentar as informações de que ele estava proibido de exercer a medicina.
Lívia Veríssimo Miranda esteve reunida com o setor jurídico do CRM na manhã desta terça-feira.
Fonte: Cidade Verde