A glicose é o principal combustível que fornece energia às células do organismo. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda reduzir a menos de 10% o consumo de açúcar livre da ingestão calórica total do dia. O ideial, conforme a recomendação da OMS, é que o consumo seja inferior a 5% para produzir benefícios adicionais para a saúde.
O açúcar livre se refere àquele que se acrescenta nos alimentos, o que é diferente do que se encontra de forma natural nos alimentos, como em frutas ou leite. Assim, a indústria alimentícia também entrou em um processo de reformulação de seus produtos para reduzir esses açúcares, além do sal e das gorduras saturadas.
O que se torna difícil de entender é como o consumo deve ser diminuído ou até mesmo evitado se o açúcar é fundamental para o funcionamento do cérebro. Quando falta glicose no sangue, desagradáveis sintomas de hipoglicemia se apresentam: tremedeira, suor frio, tonturas, enjoo, moleza, sensação de desmaio ou até o próprio desmaio. Recém nascidos sem glicose podem até ter uma crise convulsiva.
O que acontece é que não é preciso comer açúcar nem alimentos doces para que o organismo conte com a quantidade necessária. Uma dieta livre de açúcar não representa nenhum problema, pois o organismo tem vários mecanismos para obter glicose.
De acordo com Ramón de Cangas, da Academia Espanhola de Nutrição e Dietética, além de adquirir glicose por meio da alimentação, também existem outras formas. “Além de obtê-la através da alimentação, nosso corpo pode sintetizá-la a partir do glicogênio, um polissacarídeo armazenado no fígado e, em menor quantidade, nos músculos. Também se gera glicose a partir de subprodutos das gorduras chamados corpos cetônicos, os quais, em situações de hipoglicemia (baixo conteúdo de açúcar no sangue), podem suprir essa carência.”