O inquérito policial confirmou que o próprio pai foi o agressor do bebê de apenas um mês de vida que perdeu o lábio inferior em razão de mordidas. O caso aconteceu há cerca de três meses em Teresina e desde então o bebê está internado em UTI do Hospital de Urgência de Teresina.
A delegada Anamelka Cadena, da delegacia de Feminicídio Sul, é a responsável pelo inquérito e recebeu o laudo da perícia reforçando a autoria do crime. O pai do bebê continua preso. No dia 27 do mês passado, o processo sobre o caso foi encaminhado para a Defensoria Pública.
“Foram colhidas as modelagens (da mordida do pai e da mãe) pelos peritos e comparadas por eles com as mordidas que foram identificadas na criança, e essa modelagem descartou a possibilidade da arcada dentária da mãe e confirmou, mesmo que clarinhas as assinaturas, a mordida do pai na criança, o agressor. Então, com base em todos esse elementos que foram carreados pelo inquérito policial, a gente não teve dúvida das modulações que foram enquadradas, a conduta desse agressor”, explicou a delegada Anamelka, coordenadora da Delegacia da Mulher Sul.
Na época em que o bebê foi mordido, chegou-se a questionar a omissão da mãe, o que foi descartado pela investigação. “Pela dinâmica dos fatos, a mãe foi quem socorreu a criança, mesmo estando submetida a ameaça. Ela sofreu ameaça, difamação, lesão corporal e ela ainda socorreu a criança, prestou declarações aqui na delegacia, e a gente também percebeu que ela não tinha a intenção de que aquele resultado fosse alcançado. Baseado nesses resultados todos a gente verificou que não dava para caracterizar como omissão imprópria por parte da mãe”, informou Anamelka.
O caso aconteceu há cerca de três meses em Teresina e o bebê continua internado em UTI.
Desde que foi internado, o bebê passou por várias cirurgias e, depois de ter infecção, o quadro agora é estável. O principal desafio da equipe médica agora, de acordo com o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque, é aumentar a abertura da boca, que ficou praticamente destruída pelas mordidas e mesmo depois das cirurgias só é possível que passe uma sonda de alimentação pelo orifício.
“Ele foi submetido a várias cirurgias plásticas, e claro, na boca. Então no momento, ele se encontra estável, está aguardando esse último procedimento, que é para abrir um tamanho maior na boca. É a única pendência dele. Estando as condições clínicas adequadas, a gente realiza esse procedimento e ele estará apto a ir para casa e seguir com a conduta ambulatorial de acompanhamento”, explicou o diretor do HUT. Além disso, novas avaliações continuam sendo realizadas constantemente pelos cirurgiões plásticos. Se o problema estético poderá acarretar problemas e sequelas no futuro, só o tempo poderá dizer.
“Isso vai depender muito do crescimento dele, o que ele vai apresentar de alteração. Pode ser que seja preciso realizar um novo procedimento, mas só a evolução a longo prazo vai nos dizer”, finalizou Gilberto Albuquerque.
Com informações de Cidade Verde.