A partir das 9h da manhã, 70% da frota que compõe o transporte coletivo de Teresina vão parar e só deve retornar após meio dia nesta terça-feira (10). A paralisação é um protesto de motoristas e cobradores, que reivindicam uma série de melhorias por parte dos empresários. Eles vão se concentrar na Câmara Federal para cobrar, dentre algumas reivindicações, o fim do pagamento dos assaltos.
Cerca de 70% da frota de ônibus em Teresina vão parar por 3 horas. Foto: Reprodução Internet
Fernando Feijão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (Sintetro), relata que esta paralisação reivindica a instalação do botão do pânico, o fim do pagamento dos assaltos por parte dos cobradores, a suspensão imediata das multas no valor de cerca de R$ 3 mil, que estão sendo colocadas para os motoristas e protestar contra a falta de segurança nos ônibus coletivos da capital.
“A questão da segurança não é só da Secretaria de Segurança, é também do SETUT. Por que eles não se preocupam? Porque eles não têm prejuízo, quem paga pelo assalto é o cobrador”
“Ela é uma multa administrativa que a Strans repassa para as empresas e elas repassam para os trabalhadores. Precisamos definir o valor de como vão ser essas multas. Agora quem está pagando é o trabalhador”, disse.
“O SETUT promete o botão do pânico desde o ano passado, essa história de que não dá retorno é 'balela', em outras capitais em que foi implementado houve uma redução do número de assaltos. Eles inventam tudo para não gastar, e é contra isso que a gente vai lutar”, destaca.
De acordo com o Sintetro, deve parar 70% da frota, que é composta por 440 ônibus.
“A gente vai fazer a paralisação no Centro, depois vamos para a Câmara Municipal e quando terminar a gente retorna as atividades”, disse o presidente do Sindicato.
A paralisação não vai afetar a ida para o trabalho e escolas, nem à volta pra casa. “A gente se preocupou em ter ônibus para ir para escola e voltar. É só uma suspensão temporária”, justificou o sindicato.
Segundo a Strans ela não foi informada da paralisação.
NOTA SETUT:
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (SETUT) reafirmou que “tem adotado medidas preventivas e que está ao lado dos passageiros, além de motoristas e cobradores, na reivindicação de mais segurança pública, já que também sofre os efeitos da insegurança no sistema de transporte”. Ainda alegou que o SETUT não têm poder para atuar na segurança pública, mas contribuem com o envio de informações aos órgãos competentes sobre as rotas e horários com mais incidência de assaltos para que possam agir preventivamente ou, quando necessário, realizar a prisão dos envolvidos.
Sobre o valor pago pelos cobradores após os assaltos, a entidade argumentou que, de acordo com a convenção coletiva, existe um procedimento padrão junto aos cobradores de, sistematicamente, fazer retiradas de valores da gaveta e armazenar em um compartimento próprio dos valores arrecadados da tarifa. Na gaveta dos ônibus deve constar somente em torno de R$ 30,00 para ser utilizado como troco, conforme estabelecido em acordo coletivo da categoria de motoristas e cobradores.
*Com informações: Rede Piauí de Notícias