Professores decidem pelo fim da greve da Uespi

A estratégia da categoria é suspender a greve como condição para o cumprimento do calendário de respostas por parte do governo.

15/04/2019 - 15h04 - atualizado 15h07

Após assembleia geral para discussão dos acordos propostos pelo Governo do Estado do Piauí, os professores da Universidade Estado do Piauí (Uespi) decretaram a suspensão do movimento grevista e a manutenção das mobilizações para assegurar o cumprimento do acordo. Os professores estavam em greve há cerca de quatro semanas. A assembleia foi realizada na manhã desta segunda-feira (15) no campus Torquato Neto em Teresina.

A avaliação dos docentes é que as negociações do governo avançaram após as mobilizações. A estratégia da categoria é suspender a greve como condição para o cumprimento do calendário de respostas por parte do governo. 

Na última sexta-feira (12), professores e representantes do Governo do Piauí se reuniram no Tribunal de Justiça do Piauí para audiência de conciliação. Segundo o secretário de Governo, Osmar Júnior, o governo cedeu em todos os pontos possíveis, dentre eles firmando o compromisso de nomear imediatamente nove classificados no último concurso em decorrência de desistências, após a superação do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Discutimos cada um dos pontos da pauta de reivindicação e confirmamos para o dia 7 de junho, às 9h, na sede da Reitoria da universidade, a primeira reunião da comissão para tratar da implantação da autonomia administrativa e financeira da entidade e, também, para discutir a reposição dos vencimentos dos professores”, disse o secretário.

A greve foi avaliada como positiva pelo professor Gisvaldo Oliveira, de Floriano. "Fomos vitoriosos. Encerrar a greve não é acabar a luta. Vamos garantir um calendário de mobilizações para o cumprimento desse acordo", afirmou. 

A professora Rosângela Assunção, coordenadora geral da ADCESP, lembrou que o campo de negociação com o governo só foi aberto após o movimento da comunidade universitária. "Enviamos uma série de ofícios solicitando reuniões. Nenhuma audiência foi agendada. Se não fosse o movimento, o governo não teria nos recebido", disse.

Na assembleia os professores aprovaram carta de repúdio à criminalização do movimentos dos estudantes da universidade que ocupam a reitoria desde o mês de março. A gestão da prefeitura universitária registrou um boletim de ocorrência contra os estudantes. 

Demais pontos do acorto

De acordo com o secretário de Administração, Ricardo Pontes, o pagamento das bolsas estudantis será regularizado e adequado ao calendário de pagamento dos servidores do Estado. O Governo também se comprometeu a lançar edital de vagas equivalente à existentes no ano de 2018. “Juntamente com a Secretaria de Fazenda e Uespi vamos acompanhar as liberações de recursos financeiros previstos no orçamento de 2019 para garantir o pleno funcionamento de todas as unidades da instituição e para atender as demandas emergenciais, tão logo sejam apresentadas pela reitoria”, declarou Pontes.

O Estado vai viabilizar, juntamente com o corpo dirigente da Uespi, a contratação de professores temporários para o preenchimento de vagas existentes, de modo a garantir o funcionamento das disciplinas dos cursos ofertados pela Uespi até 29 de abril de 2019, para evitar perda do semestre letivo.

O último concurso realizado para professores terá sua validade prorrogada por um ano. Também será criada uma comissão para discutir o Plano de Desenvolvimento Institucional assim como o levantamento de vagas para eventual concurso público de professor efetivo.

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Professores decidem pelo fim da greve da Uespi. Foto: Adcesp Uespi