O governador Rafael Fonteles decretou, nesta segunda-feira (29), situação de emergência em 119 municípios do Piauí por causa da seca prolongada. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (30) e terá validade de 180 dias. O decreto permite a mobilização dos órgãos estaduais para executar ações emergenciais de enfrentamento à crise hídrica.
Segundo o documento, a decisão foi tomada diante do agravamento das condições climáticas no estado. Dados da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) mostram que, ao fim de 2024, todo o território piauiense já enfrentava seca — cenário que se manteve em 2025. O levantamento técnico também apontou o primeiro registro de seca extrema em julho, no Sudeste do estado, que em agosto se espalhou para outras regiões.
A previsão para o período de setembro a novembro indica chuvas abaixo da média e altas temperaturas, o que compromete a recarga dos mananciais e eleva o risco de colapso no abastecimento. Em muitas cidades, os poços já secaram e os reservatórios continuam sem reposição de água.
Prefeitos de várias localidades relataram à Defesa Civil dificuldades para garantir água potável à população e ao rebanho, além de perdas na agricultura. Entre os pedidos estão cestas básicas, itens de higiene, insumos para a produção rural e reforço na assistência à saúde.
Com a situação de emergência reconhecida, o governo estadual poderá solicitar ajuda da União para ampliar as medidas de mitigação. O decreto segue as orientações da Instrução Normativa do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MDR) e do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Municípios afetados
A lista inclui cidades como Picos, Floriano, São Raimundo Nonato, Corrente, Paulistana, Oeiras, Valença do Piauí, Castelo do Piauí e Canto do Buriti, além de dezenas de municípios do semiárido e do Sul do estado, totalizando 119 localidades.