Teresina ainda não atingiu os critérios para o início da reabertura gradual das atividades econômicas e para flexibilização do distanciamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A análise foi feita em nota divulgada, nesta terça-feira (9), pelo Centro de Operações em Emergências (COE) em Saúde Pública COVID-19 da Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS).
Em reunião na noite da última segunda-feira (8), os integrantes do COE fizeram uma análise do cenário epidemiológico atual e suas projeções. Foram avaliados dados como taxa de reprodução (R0), número de casos notificados, quantidade de óbitos, taxa de ocupação de leitos de UTIs, testagens e rastreamento.
Na nota, o COE ressalta que, nos últimos 14 dias, a taxa de reprodução do vírus, o R0, mantém-se persistentemente acima de 1,0, o que indica que a epidemia ainda se encontra na fase de ascensão e expansão. Também informou que o número diário de casos notificados de Covid-19 manteve-se crescente, ainda sem horizonte de estabilização. “Os inquéritos sorológicos sequenciais (semanais) realizados pela FMS mostram número crescente de infectados a cada etapa realizada, sem desenhar, ainda, horizonte de platô (estabilização)”, informa a nota.
De acordo com o Comitê, o número de óbitos confirmados por Covid-19 tem tendência de crescimento e a taxa de ocupação de leitos de UTI manteve-se acima do limite de segurança máxima recomendado, que é de 70%, para garantir assistência para quem precisa. O COE também apontou que há escassez de profissionais especializados para compor as equipes de plantão na rede hospitalar do município, que está sendo ampliada.
Os integrantes do COE ressaltam ainda que existe limitação no suprimento de insumos e medicamentos essenciais à assistência de pacientes em estado crítico, devido à crise mundial de abastecimento. Também alertaram que Teresina ainda não atingiu a testagem ampla recomendada. “O rastreio e a testagem dos contatos de casos confirmados de Covid-19 iniciaram há duas semanas e ainda não foram suficientes para mapear todos os indivíduos possivelmente infectados por eles”, informou a nota.
“É importante destacar também que a rede hospitalar de Teresina sofre impacto da demanda por assistência médica de pacientes oriundos das cidades do interior do Piauí e de Estados vizinhos. Como resultado, pode sofrer um colapso devido à falta de leitos de UTI na maioria dos municípios do Estado. Portanto, levando em consideração todos os aspectos avaliados, a recomendação do COE é pela manutenção das medidas restritivas e reavaliação de todos os critérios para flexibilização a cada semana ou antes, caso surjam indicadores epidemiológicos suficientes para ampliá-las ou distendê-las”, explica Wesllany Sousa Santana, uma das coordenadoras do COE.