Altas taxas de desemprego diminuem consumo e frustra economia
Consultorias financeiras estimam, em média, uma alta de apenas 0,4% no PIB para o primeiro trimestre do ano.
No final do ano passado, o IBGE divulgou uma estimativa de aumento de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, dez consultorias financeiras ouvidas pela BBC Brasil esperam, em média, uma alta de apenas 0,4% para os três meses iniciais do ano de 2018 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, outubro a novembro, já descontada a sazonalidade.
Um dos principais fatores que pode explicar essa frustração na economia, está no consumo das famílias (que representa 60% do PIB), afetadas pelo desemprego, que está em taxas mais elevadas do que se esperava.
Dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostraram que nos três primeiros meses do ano o consumo em serviços teve um desempenho muito aquém do que se previa.
O cenário externo também está mais adverso: o dólar e o petróleo estão mais caros e a possibilidade de guerra comercial entre Estados Unidos e China podem ter impacto negativo sobre a atividade econômica.
O país está enfrentando dificuldades para gerar novas vagas de emprego, especialmente com carteira assinada. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou recuperação na ocupação desde junho de 2017, no entanto, as ocupações estão se dando através de trabalho informal e do “por conta própria”, categorias mais precárias. Desde fevereiro de 2015, o trabalho com carteira na Pnad Contínua está em terreno negativo.
De acordo com Marco Caruso, economista do banco Pine, o aumento da informalidade por mais que represente alguma geração de emprego não alavanca muito o consumo. "O aumento da informalidade, ainda que represente alguma geração de emprego, também segura o consumo, já que o risco de ser demitido é maior", ponderou o economista que estimou alta de 0,3% para o PIB no primeiro trimestre do ano diante do cenário atual.