Mundo Por: Redação Rede Piauí Repórter 03 Set 2021 12:03 Rede Piauí de Notícias

Aumento do preço do petróleo e inflação, aponta cientista político sobre retomada do Talibã

O cientista políto Ricardo Alaggio Ribeiro explica o reflexo que esse controle pode ter no Brasil.


O grupo extremista Talibã assumiu o controle do Afeganistão desde o último domingo (15), após a retirada das tropas dos Estados Unidos, da Otan e da saída do presidente afegão Ashraf Ghani. O cientista políto Ricardo Alaggio Ribeiro explica o reflexo que esse controle pode ter no Brasil.  

“Eu vejo dois cenários, primeiro a questão do Irã que é um grande produtor de petróleo e antigamente você tinha tropas americanas no Iraque, no Afeganistão e no Golfo do Persa, ou seja, o Irã estava cercado pelos Estados Unidos, de certa forma continha as ambições iranianas e então não há mais esse freio nesse momento. Não se sabe se o Talibã vai se aliar ao Irã ou não, mas de qualquer forma, as ambições iranianas podem crescer nesse momento causando uma instabilidade no preço do petróleo e talvez inflamação nos próximos meses no mercado mundial”, esclarece o cientista político.

O Talibã, que já esteve no poder do Afeganistão durante os anos de 1996 a 2001, seguiu uma versão bastante radical do islamismo em relação aos costumes da população proibindo a livre circulação das mulheres do país. Ricardo Alaggio ainda ressalta que a retomada do Talibã pode benefeciar o crescimento da China, atrapalhando o comércio brasileiro.  

“Outra questão que eu vejo é que isso abriu mais um espaço para a expansão da China e isso pode trazer também tensões no mercado mundial para o ano que vem e pode atrapalhar o comércio brasileiro, ainda não sabemos plenamente essas consequências, mas ficou bem claro agora que a estratégia americana é essa estratégia de contenção chinesa", destaca Ricardo Alaggio. 

Ainda segundo o cientista, o ocupação do grupo extremista já era esperada devida a retirada das tropas americanas que já vinha acontecendo no país. 

"O Afeganistão está no meio do caminho, não está nem no Oriente Médio, nem no Extremo Oriente, mas ele é fundamental na política asiática, americana e do ocidente. Então eu acho que esse debate já esperado, os Estados Unidos já vinham se retirando, esse desastre foi de uma má condução da retirada americana", finaliza o centista político.

Fonte: Cidade verde.




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