Bolsa Família teve quase 350 mil fraudes em cadastros
Famílias com casa própria e carro de luxo também estavam supostamente sendo beneficiadas
Uma auditoria realizada pela Controladoria-geral da União (CGU) nos benefícios do Bolsa Família mostrou fraude em cerca de 350 mil cadastros.
De acordo com o relatório da CGU, o governo pagou irregularmente mais de R$ 1 bilhão de reais a pessoas que não tinham direito ao benefício. A CGU diz que quem recebeu os valores indevidamente está sendo localizado.
"Não é aquele indivíduo que aumentou a renda, conseguiu emprego, melhorou que a gente vai atrás. O que nos preocupa é aquele caso da pessoa que já entrou errada, tem um padrão de vida excelente, que está fraudando o programa de fato", destaca Antônio Carlos Leonel, secretário federal de controle interno da CGU.
Segundo auditoria, existe servidor público ganhando o benefício. Famílias com casa própria e carro de luxo também estavam supostamente sendo beneficiadas. O levantamento foi realizado nos anos de 2016 e 2017.
O Programa Bolsa Família foi criado em 2003 para atender famílias em situações de extrema pobreza.
Tem direito ao dinheiro quem tem renda de R$ 170 por pessoa. Algumas famílias indicadas na fiscalização da CGU tinham renda de mais de R$ 1.900 por pessoa.
Existe servidor público ganhando o benefício (Foto:Reprodução da internet.)
Benefícios cancelados
O ministério do Desenvolvimento Social falou que recebeu agora as informações da CGU e que vai analisar com a checagem que já estava sendo feita. O ministério confirmou, ainda, que está corrigindo falhas e que os cadastros passaram a ser revistos todos mês.
Segundo o governo desde outubro de 2016 até a semana passada, cancelou quatro milhões e 700 mil pagamentos, bem como já começou a cobrar os casos mais absurdos identificados pelo próprio ministério.
"Nós já temos cartas enviadas pras famílias. e até esse momento espontaneamente devolveram 23 famílias, ainda é um universo muito pequeno, mas eu acredito que no andar no andamento desse processo nós obteremos a devolução dos 12 milhões de reais que foram recebidos indevidamente por essas famílias", falou Alberto Beltrame, secretário-executivo do MDS.