Energia eólica atrai investimentos para interior do Piauí
Energia eólica transforma municípios, mas PI não fica com os recursos do ICMS
O Piauí é hoje o terceiro maior produtor de energia eólica do Brasil. O Estado fica atrás somente da Bahia e do Rio Grande Norte na geração de energia através dos ventos. As regiões próximas a Serra do Araripe, na fronteira com o Ceará, Pernambuco e Bahia, e o litoral piauiense atraem investimentos de empresas interessada na produção de energia renovável.
Em Lagoa do Barro do Piauí, município localizado a 540 km de Teresina, será instalada uma empresa que vai fabricar torres e fornecer equipamentos para serem utilizados em parques eólicos no estado. A inauguração da unidade Acciona/Nordex, em Lagoa do Barro, será na próxima sexta-feira (6) e deve contar com a presença do governador Wellington Dias.
Parque Eólica da Pedra do Sal, em Parnaíba - PI (Foto: Governo do Piauí)
A instalação da empresa no município, além de desenvolver o setor energético, deve atrair ainda mais investimentos uma vez que as empresas não precisarão mais importar as torres que sustentam o gerador e a hélice. A própria empresa irá fabricar os insumos de que precisam os parques eólicos do estado para produzirem a energia.
Lucile Moura, assessora estratégica para investimentos do Governo do Piauí, destacou a geração de emprego e movimentação da economia que a empresa deve gerar: “Muitos piauienses serão beneficiados com a empresa. Os empregados terão uma remuneração inicial média de R$ 1.200. Pelo menos R$ 800 mil irá movimentar a economia da região", disse a assessora.
A Rede Piauí de Notícias conversou com José William Trindade de Carvalho, presidente da Comissão Permanente de Licitação da Secretaria de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis do Piauí (Semimper). José William destacou que o estado bateu o recorde na produção deste tipo de energia: “Em junho do ano, o fator de capacidade líquido (FCL) do Piauí alcançou a marca de 83%, uma produtividade considerada extraordinária quando comparada com a média de outros estados produtores, que gira em torno de 40%. É como se as torres chegassem próximo ao limite de capacidade”, explicou.
William ainda disse que o Piauí tem muito a comemorar com investimentos em parques eólicos, mas faz uma ressalva quanto ao ICMS que, segundo ele, devia ficar com o estado produtor: “A instalação de parques eólicos traz uma série de retornos para o Piauí, principalmente com o desenvolvimento dos municípios no qual eles estão localizados, geração de emprego e renda para a população e melhorias na rede hoteleira, malha viária, dentre outras, mas atualmente, quem compra a energia é quem recebe os recursos oriundos do imposto", esclarece.
*Reportagem de Ryan Andrade sob supervisão de Pedro Henrique Santiago