Estado autoriza atendimento para público transexual
O serviço deve ser instalado no Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas, em Teresina
Representantes do Movimento Social de Defesa dos Direitos dos Transexuais no Piauí foram recebidos pelo secretário estadual de Saúde, Florentino Neto. Na pauta da reunião estava o pedido de instalação de um ambulatório de consulta especializada ao atendimento de pessoas transexuais.
O serviço deve ser instalado no Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas, que contará com uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, psicólogos, enfermeiros e demais serviços de apoio.
A reunião aconteceu ontem, e o secretário autorizou a implementação no Complexo Médico do Getúlio Vargas / Crédito: James Almeida-SESAPI
Gilvano Quadros, coordenador de Equidade da SESAPI, acredita que a decisão do secretário é uma resposta positiva da pauta do movimento, em especial pela busca da diminuição da discriminação do público.“O projeto já estava bem encaminhado, mas diante da crise de financiamento da saúde, o próprio Ministério da Saúde não tem sinalizado para esse financiamento. Agora, com essa autorização, o serviço funcionará o mais breve possível”, afirma o coordenador.
Uma das representantes do movimento social, Maria Laura, que também compõe o Conselho Estadual de Saúde, destaca a vitória do funcionamento do ambulatório voltado para o público transex, com isso o risco de automedicação diminuirá.
“As pessoas não sabem, mas para a gente está se identificando com um gênero oposto ao nosso, passamos por muitos processos. Por exemplo, a questão da hormonoterapia, o acolhimento psicológico e todo um atendimento multidisciplinar. Então, este serviço é de grande valia porque teremos um acompanhamento médico que até então não tínhamos, a gente faz esses procedimentos, nós mesmos, nos automedicando e dessa forma trazendo complicadores para nossa saúde”, avalia Laura.
A Diretoria de Organização Hospitalar do Estado está responsável pela formatação da equipe que atuará no ambulatório e apresentará a planilha de custeio mensal para manutenção do serviço. A abertura do ambulatório está prevista ainda para este semestre e deve ser porta aberta para atendimento, sem necessariamente ser referenciado pela Atenção Básica.