Governador exige apuração de conduta de capitão que matou estudante
Será criado um Conselho de Justificação na Polícia Militar; família da vítima pede expulsão do capitão
O Governador do Piauí, Wellington Dias, através de um decreto emitido nesta terça-feira (7), exige que seja criado um Conselho de Justificação na Polícia Militar do Piauí para investigar a conduta, e avaliar a capacidade ética e moral do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento, que confessou ter matado a estudante de direito Camilla Abreu.
Camilla Abreu e Allisson Wattson. Foto: Redes sociais.
Através desse conselho, o objetivo é apurar se o capitão deve ou não ser expulso dos quadros da Polícia Militar. O conselho deve avaliar os fatos, investigar em detalhes e, baseado nas regras da corporação, decidir ou não pelo processo de afastamento do policial.
De acordo com informações levantadas junto a especialistas no assunto, Allisson deverá ser processado pela corporação por ter praticado ato que afeta a honra pessoal, o valor militar e o decoro da classe. No entanto, as disposições legais e jurídicas da corporação, reservam direitos de ampla defesa por parte do capitão.
No decreto é estipulado um prazo de 30 dias para conclusão dos trabalhos, podendo ser prorrogado por mais 20 dias. Está programado para esta quarta-feira (08) um ato de protesto que deve acontecer em frente ao Quartel do Comando Geral (QCG).
Camilla Abreu foi encontrada morta com um tiro na cabeça no povoado Mucuim, zona rural de Teresina, quase uma semana após estar desaparecida. Há uma grande comoção popular em torno do caso. A família pede que o capitão seja imediatamente expulso da corporação.
O conselho que será criado a partir do decreto baixado pelo Governador deverá ser composto pelo coronel Edson Ferreira da Silva; coronel Jorge de Sousa Lima; e o major José Wilson Gomes de Assis.
Jean Carlos, pai de Camilla Abreu. Foto: Meionorte.
O pai da estudante Camilla Abreu que foi morta pelo capitão esteve nesta terça-feira (7) em um seminário realizado pela OAB-PI contra o feminicípio e falou sobre o caso. “O rapaz é réu confesso, foi mostrar onde estava o corpo. Agora eu só espero que ele seja expulso da polícia e que vá responder na justiça comum e que perda a farda de imediato”, afirmou bastante abatido Jean Carlos.