Os desafios de uma mãe com um filho autista no Piauí
"Não é preconceito. As escolas é que não estão devidamente preparadas e estruturadas para receber uma criança com Autismo", diz membro da AMA.
Hoje, 2 de abril, é dia mundial de conscientização do Autismo. Em Teresina, a Associação de Amigos dos Autistas do Piauí (AMA), desenvolve um trabalho de apoio e suporte técnico para educação e tratamento de crianças com o transtorno. Desde a sua fundação, a entidade já atendeu mais de 400 famílias.
A supervisora pedagógica da AMA, Maria Leidiane Soares, explicou como surgiu a ideia de organizar uma entidade voltada para crianças com autismo: "A AMA Teve início com a organização de famílias que foram em busca de encontrar profissionais habilitados no acompanhamento, educação e tratamento para seus filhos autistas. Foi com essa intenção que organizamos um local que pudesse atender essas demandas", explicou.
Maria Leidiane, supervisora pedagógica da AMA.
Para a supervisora, a instituição oferece todo o apoio e o suporte necessários de que os pais precisam para fazer com que os filhos convivam em sociedade: "O papel da AMA é informar sobre os direitos das crianças, orientar os pais no sentido de procurar o devido acompanhamento médico, além de proporcionar uma política de assistencialismo voltada para fazer com que os autistas convivam perfeitamente em sociedade, e não enclausurados dentro de casa, como fazem alguns pais que não têm muita informação sobre o transtorno", disse.
De acordo com Teresa Ramos, membro do diretório da AMA e mãe de um aluno com Autismo, as escolas não estão preparadas, muito mais por uma questão de falta estrutura, do que de preconceito: "Não é preconceito. As escolas é que não estão devidamente preparadas e estruturadas para receber uma criança com autismo, porque é muita responsabilidade", comentou Teresa Ramos.
Teresa Ramos, membro da AMA e mãe de criança com Autismo.
Ela também afirmou que autistas têm a mesma capacidade para aprender e conviver em harmonia com crianças que não possuem o transtorno: "Não é porque seu filho tem autismo que você deve ter pena ou achar que ele não vai conseguir fazer as coisas. Trate seu filho como ele deve ser tratado. Todos eles são capazes de aprender e ter uma vida social em qualquer lugar", sugeriu.
A psicopedagoga, Adriana Elias, falou um pouco sobre o autismo e disse porque o transtorno é mais recorrente entre os homens: "O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida. Caracteriza-se por um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicaçao e o comportamento. Sua manifestaçao é mais comum no sexo masculino do que no feminino", informou a psicopedadoga.
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Reportagem de Ryan Andrade e Auriane Rodrigues, sob supervisão de Pedro Henrique Santiago