Mãe oeirense chama a atenção para o Dia Mundial da Conscientização do Autismo
O Dia Mundial do Autismo é celebrado com palestras e eventos públicos que ocorrem em diversas cidades do Brasil
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é comemorado no dia 2 de abril. A data foi instituída com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a síndrome, um transtorno no desenvolvimento cerebral que atinge aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo mundo.
No Brasil, o Dia Mundial do Autismo é celebrado com palestras e eventos públicos que ocorrem em diversas cidades do Brasil. A finalidade é mesma em todo o lugar, ajudar a conscientizar e informar as pessoas sobre o que é o autismo e como lidar com a síndrome. Entretanto, no município de Oeiras, isso não ocorre e a ausência de informação e políticas públicas que auxiliem os autistas e seus familiares é uma situação que necessita ser transformada em nosso município.
Os primeiros sinais do autismo começam já na infância e os pais devem estar atentos em casa: crianças que, aos 2 anos de idade, perdem capacidades que já tinham, não utiliza a fala para se comunicar, não apontam e não olham quando chamadas pelo nome, necessitam ser analisada por um neuropediatra ou psiquiatra infantil. Embora as deficiências do desenvolvimento em pessoas com o transtorno comecem na infância, elas permanecem pela vida inteira. Por causa disso, quanto mais cedo as terapias iniciarem, mais elevadas as chances de que estas crianças consigam ter uma vida independente no futuro.
O autismo acontece muitas vezes em pessoas do sexo masculino por isso que a cor azul representa o movimento.
Professora Josiana Costa, mãe de João Lucas (9), diagnosticado com autismo aos dois anos. (Foto: Mural da Vila)
A professora Josiana Costa, mãe de João Lucas (9), diagnosticado com autismo aos dois anos de idade, fala sobre a síndrome e destaca questões importantes para se debater nesse dia 2 de abril: "A palavra conscientização é muito bonita, mas precisa assumir uma função especial não só no dia 2 de abril, mas todos os dias. É necessário que o discurso sobre essa deficiência, que atinge mais de 2 milhões de brasileiros e que tem mais incidência na infância do que o câncer, a aids e o diabetes, seja efetivo. Para tanto, os pais precisam se organizar. Em Oeiras não nos organizamos ainda e eu sinto falta disso".
Ela diz ainda que, quando seu filho foi diagnosticado precisou de muito apoio, principalmente emocional. Mas não encontrou esse apoio em sua cidade, e sim nas redes sociais, onde conheceu outras mães que viviam a mesma realidade que ela. "Essa lacuna ainda existe e, hoje, cada vez mais, sinto falta dessa relação com os pais de autistas de minha cidade".
"Sou muito bem resolvida com a deficiência de meu filho, mas confesso que a falta de respeito, a exclusão social, os julgamentos, opiniões e olhares preconceituosos são coisas que incomodam e nos machuca muito. Apenas com conscientização isso pode melhorar.
A professora fez um apelo aos pais de autistas de Oeiras: "Não vamos deixar o dia 2 de abril passar em branco. Não vamos deixar que a vida de nossos filhos e que as nossas vidas passem em branco. Nossos filhos são cidadãos, portanto merecem viver em sociedade dispondo dos mesmos direitos que qualquer pessoa".