Piauí investe em incentivo à permanência do aluno na escola e reduz evasão
O Estado se sobressai no cenário nacional com uma política educacional que ano a ano ajuda a manter mais alunos na sala de aula.
A educação pública do Piauí tem avançado de forma constante nos últimos quatro anos. O crescimento apresentado de 2015 até agora evidencia o compromisso do Governo do Estado em manter todos os índices educacionais sempre acima das metas estipuladas. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vem reduzindo os números de evasão escolar, reprovação e distorção idade/série com a adoção de estratégias para a permanência dos alunos na escola.
Piauí investe em incentivo à permanência do aluno na escola e reduz evasão.
Desde então, o governo estadual começou a trabalhar um dos principais pontos que levam à evasão escolar: o abandono, caracterizado e mapeado pela infrequência escolar, que se dá por razões diversas. “Começamos a combater essa infrequência com a implantação do acesso eletrônico nas escolas (uso de cartões de acesso), uma parceria entre a Seduc e o Mobieduca.me”, destaca Cosme de Carvalho, coordenador de Avaliação Educacional e Currículo (Caec) da Superintendência de Ensino (Supen) da Seduc.
O professor explica que esse é um processo demorado, mas que o Piauí se sobressai no cenário nacional como um estado que tem uma política educacional que vem ano a ano ajudando a manter mais e mais alunos na escola. “De 2015 para cá, o número de alunos que deixavam a escola caiu de 50 mil para 15 mil. Para nós é um grande resultado! Estamos trabalhando com afinco para que os números reduzam ainda mais. Tanto que somos o segundo Estado do Brasil em acesso ao sistema de ensino”, completa Cosme.
Mobieduca.me
Uma das estratégias adotadas pela Seduc, no sentido de diminuir a evasão escolar, tem sido a utilização da tecnologia no auxílio do acompanhamento escolar com o sistema Mobieduca.me, uma ferramenta de monitoramento da frequência escolar que comunica aos pais por meio de mensagens em seus telefones celulares a ausência do aluno na escola.
O programa também é utilizado para comunicação de reuniões e informações sobre o comportamento do aluno, além das datas de avaliações e notas. Atualmente, 330 unidades de ensino da rede estadual contam com esse serviço, isto é, são mais de 160 mil alunos beneficiados em todo o estado.
Evasão escolar reduz 13% e a infrequência em 75%
O sucesso da ferramenta foi validado ao ser campeã, em 2017, entre os 12 projetos finalistas que concorreram ao prêmio nacional e-Gov, iniciativa da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (Abep) e pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Sandra Barbosa, mãe do Ryan Denys, aluno do Centro de Ensino Médio de Tempo Integral Didácio Silva, localizado no bairro Dirceu II, diz que o Mobieduca.me tem auxiliado na comunicação dela com a escola. “Acho muito boa essa ferramenta, porque sempre sei se meu filho está mesmo na escola, além disso, recebo também avisos importantes, então é um sistema que aproxima muito nós, pais, da escola e evita que eles não frequentem as aulas; é um controle, mas também ficamos mais despreocupadas”, comenta a mãe.
Alguns fatores de sucesso do Mobieduca.me estão relacionados ao baixo custo de manutenção dos equipamentos e serviços; a utilização de infraestrutura existente na escola, sem necessidade de reformas ou adaptações e a utilização de recursos humanos existentes na unidade, com necessidades de treinamento mínimo.
O secretário de Estado da Educação, Ellen Gera Moura, conta que com a parceria firmada com o Mobieduca.me auxiliou ainda na comunicação com a família e relativo a outros aspectos, não só à frequência. “Melhoramos muito a comunicação entre escola e família. Por meio do acesso eletrônico às escolas, foi possível, com um aplicativo, enviar para o celular dos pais, desde a falta nas escolas até problemas internos que ocorrem na rotina do dia a dia escolar. Estamos agora em novo nível, monitorando a saúde do aluno, o nível de violência e bullying, que também são causadores de abandono e, consequentemente, contribuem para que a evasão se efetive”, destaca o gestor.
Poupança Jovem
Executado em 44 cidades do Piauí com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, outra estratégia para manter os alunos na escola é o programa Poupança Jovem, no qual estudantes recebem, enquanto estão cursando o Ensino Médio, uma bolsa de R$ 1.500, a fim de se sentirem mais motivados a concluir os estudos.
Pelo programa, ao concluir o primeiro ano, o estudante recebe R$ 400. As demais parcelas são de R$ 500 no segundo ano e R$ 600 no último ano do Ensino Médio. O estudante ou responsável tem o direito de retirar 40% de cada um dos dois primeiros depósitos efetuados. Somente a última parcela pode ser retirada integralmente junto com o saldo remanescente das anteriores e os rendimentos. Para receber cada pagamento, o aluno precisa ser aprovado ao fim do ano.
Os recursos são disponibilizados por meio de empréstimo com o Banco Mundial e a operacionalização por convênio com o Banco do Brasil. No total, serão utilizados R$ 35,5 milhões para executar o programa entre os anos de 2015 e 2019.
Programa Mais Aprendizagem
Inserido no Plano Estratégico do Pacto pela Aprendizagem, um conjunto de ações de curto, médio e longo prazo, trabalhando com a perspectiva de mudar o cenário da educação, a educação pública estadual do Piauí conta ainda com o programa Mais Aprendizagem, que engloba as ações "Mais Português" e "Mais Matemática", com o objetivo de fortalecer as habilidades e competências dos alunos.
A aluna Sara Sousa, de 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio no Cemti Didácio Silva, conta que a escola sempre promove ações para fortalecer o ensino e que estimulam os alunos a participarem. “Além das aulas regulares, temos atividades artísticas, literárias no contraturno. Assim como as revisões voltadas para fortalecer nossos conhecimentos de Português e Matemática e para o Enem. Tudo isso nos estimula a querer estar na escola e a participar dos projetos promovidos pelos professores e toda a equipe”, ressalta Sara.
Infraestrutura
O investimento em infraestrutura também é um dos fatores que vem contribuindo para reduzir a evasão escolar. A melhoria na estrutura física das escolas públicas estaduais faz com que o aluno tenha um ambiente ideal para aprendizagem, bem como o estimula a prosseguir com os estudos.
Nesse sentindo, a Seduc já concluiu 298 obras de 2015 a 2018 na educação, um investimento de R$ 85.617.202,63, e tem mais 77 obras em execução, um investimento de R$ 5.852.912,70 em construção de novas escolas técnicas e profissionalizantes, reforma e ampliação das unidades de ensino.
“Nossas escolas atendem a um número significativo de alunos e temos que ter esse cuidado constante com a melhoria das estruturas para que elas se tornem ambientes atrativos, além de podermos estimular o esporte e a cultura para evitar a evasão e a reprovação", afirmou o secretário Ellen Gera.
O aluno do 3º ano do Ensino Médio, Diego Maxwell, de 18 anos, frisa que a estrutura da escola contribui muito para que esteja motivado a estudar. “Temos uma ótima estrutura, comparado com escolas de outros lugares, um espaço bom, salas com ar-condicionado, esse ambiente estimula aos alunos a preencherem os espaços da escola, a participarem, a querer mesmo estudar, vendo os esforços que estão sendo feitos para nos oferecer uma boa educação”, enumera o estudante.
Em resumo, nos últimos quatro anos, foram implementadas, por parte da Secretaria de Estado da Educação, inúmeras ações visando incentivar a permanência do aluno na escola e, consequentemente, combater o abandono e evasão, além das já mencionadas, podendo destacar ainda a implementação de reforço para as disciplinas de maior peso: Português e Matemática, laboratórios de Ciências e Informática; Reconhecimento de boas práticas, com premiação para professor e aluno - Implantação de atividades de lazer como dança, música e teatro.
Abandono e evasão escolar
É pertinente fazer uma diferença entre abandono e evasão escolar. O abandono se dá no momento em que o aluno deixa de frequentar as aulas no transcorrer do ano letivo. Já a evasão escolar se confirma no ano seguinte, quando aquele aluno que abandonou ou ficou reprovado no ano anterior, não efetuou a matrícula para dar continuidade aos estudos.
Tanto o abandono como a evasão são problemas sérios e suas soluções impõem a adoção de estratégias distintas, embora, às vezes parecidas. O fato é que todos perdem com o problema do abandono e evasão, pois a sociedade deixa de se desenvolver e o Estado deixa de receber recursos federais.