Piauí registra seca extrema
Segundo o especialista, houve ampliação das áreas de seca extrema no Sudeste do estado.
O cenário climático do Piauí em setembro de 2025 manteve a tendência de estiagem no estado, conforme dados do Monitor de Secas, ferramenta que acompanha mensalmente a intensidade e a duração do fenômeno em todo o país. O levantamento indica variações nas condições de umidade do solo, com destaque para o Sudeste piauiense, onde foi registrada seca extrema.
As informações foram apresentadas pelo climatologista Pedro Aderaldo, da sala de monitoramento da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Ele explicou que o Monitor de Secas não tem caráter de previsão, mas fornece um retrato consolidado das condições observadas em cada mês e sua comparação com períodos anteriores.
Segundo o especialista, houve ampliação das áreas de seca extrema no Sudeste do estado. No Norte, predominam áreas de seca fraca a moderada; no Centro-Norte, seca moderada e grave; e no Sudoeste, seca grave e extrema.
Pedro Aderaldo destacou que o avanço da seca extrema está diretamente ligado ao déficit de chuvas entre janeiro e abril, quando as precipitações ficaram abaixo da média histórica. Esse comportamento reduziu a umidade do solo, afetou reservatórios e vegetação e trouxe impactos ambientais e econômicos, especialmente em regiões dependentes da agricultura e da pecuária.
As análises mostram que a seca tem sido persistente e de longa duração, principalmente nas regiões Centro-Sul e Sudeste, onde os efeitos são mais severos. Apesar disso, há expectativa de melhora gradual a partir do início de 2026, com o retorno das chuvas. “As previsões indicam que a seca deve persistir em outubro, novembro e dezembro, mas as categorias mais severas começam a ceder em janeiro, quando as chuvas voltam a predominar”, afirmou o climatologista.
O Monitor de Secas é uma ferramenta fundamental para o planejamento de políticas públicas voltadas à mitigação dos efeitos da estiagem. Os indicadores de setembro reforçam a necessidade de vigilância climática contínua e da adoção de medidas preventivas, como o manejo adequado da água e o apoio às comunidades mais vulneráveis.