Preço do botijão de gás representa quase 40% da renda dos mais pobres
Por enquanto, as consequências da greve dos caminhoneiros foram negativas para o preço do botijão
Um levantamento de preços divulgado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) revelou que, nos últimos 12 meses, o preço médio do botijão de gás residencial subiu 17% - de R$ 57 para R$ 67.
É quase o aumento do óleo diesel, de 20% no mesmo período, que fez explodir a maior greve dos caminhoneiros de que o Brasil tem notícia. Além disso, é uma alta muito acima da inflação, de 2,86% nos últimos 12 meses, na medição do IPCA.
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da FGV, André Braz, explica que o aumento acima da inflação significa que as famílias estão abrindo mão de comprar outras coisas para comprar o botijão de gás, que é essencial.
De acordo com o coordenador, o preço do botijão de gás representa 37% do orçamento doméstico para quem sobrevive apenas do Bolsa Família e 7% para quem ganha apenas um salário mínimo.
Por enquanto, as consequências da greve dos caminhoneiros foram negativas para o preço do botijão. Os 10 dias de mobilização nacional desabasteceram as distribuidoras e fizeram o valor subir ainda mais. Em São Paulo, o preço médio do botijão de gás registrado pelas empresas cadastradas no aplicativo Chama subiu de R$ 65 para R$ 75 - um aumento de 15%. Depois da greve, não retornou para os valores anteriores, ficando em R$ 70.
Com informações da BBC Brasil