"Quando desci do carro, gritando, o policial me chamou de vagabunda", diz mãe de menina
Segundo relatos, foram efetuados cinco tiros; um desses perfurou o tórax e as costelas
A mãe da criança morta em uma ação policial, na avenida João XVIII, na noite desta segunda-feira, 25, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios na manhã de hoje, 26. Daiane Caetano contou que estava levando a filha para jantar quando houve a abordagem policial.
Emile Caetano, filha de Daiane e do cantor sertanejo, Evandro Costa, que também é pai de outra criança de oito meses, e que está internado no HUT por ter sido alvejado na altura do pescoço, conta que sofreu perseguição da viatura policial. "Minha filha estava com fome e pediu para comer um açaí. Estávamos no carro e na hora de fazer uma rotatória na avenida João XXIII, meu marido triscou o carro no meio fio. A partir daí, uma viatura da PM começou uma perseguição. Eu estava com medo porque minha outra filha de oito meses também estava no veículo sem o bebê conforto. Mesmo assim, decidimos parar.... quando paramos a polícia efetuou os tiros contra o nosso carro. Foram pelo menos dez disparos", relata Daiane que acredita que a intenção dos policiais militares era de matar.
Ao descer do veículo, a mulher conta que uma pessoa que passava próximo avisou aos policiais que dentro do veículo havia crianças, um dos policiais, porém, foi bastante truculento, ameaçando de atirar. "Quando desci do carro, gritando desesperada, o policial aí me chamou de vagabunda, perguntando por que eu não parei o carro. Uma pessoa disse que não precisava atirar porque era uma família e o policial disse para ele calar a boca senão ia sobrar tiro até pra ele", relatou a mulher.
VERSÃO DA POLÍCIA
Segundo a coronel Elza Rodrigues, houve a perseguição porque o motorista não parou o veículo.
"Segundo a ocorrência, na avenida João XXIII o veículo parou, uma senhora desceu do veículo com o bebê nos braços, houve verbalização e disparos. A senhora foi atingida no braço, o condutor foi ferido na altura da orelha e a criança de 9 anos veio a óbito", contou a coronel Elza Rodrigues.
Os policiais do 5° Batalhão foram autuados e levados para o presídio militar.