Quebradeiras de Coco de Esperantina receberão título de terras
O Interpi concluiu a regularização fundiária dos 1.219, 485 hectares do Território Tradicional de Quebradeiras de Coco da Vila Esperança, em Esperantina
Durante a solenidade de transmissão de cargo do Governo, que será realizada nesta quinta-feira (31), no Palácio de Karnak, a vice-governadora Regina Sousa e o governador Wellington Dias farão a entrega do Título Definitivo de Propriedade Coletiva do Território Tradicional de Quebradeiras de Coco (Vila Esperança), na região de Esperantina, Campo Largo do Piauí e São João do Arraial. Serão homenageadas, com a entrega solene do documento, as quebradeiras de coco, representantes da comunidade, Zilda Filomena da Silva (74 anos) e Valdirene Barros Conrado (34 anos).
As trabalhadoras rurais quebradeiras de coco babaçu somam mais de 300 mil mulheres que vivem em função do extrativismo do babaçu, na regiões da Caatinga e do Cerrado, nos estados do Tocantins, Pará, Maranhão e Piauí, principalmente. Essas trabalhadoras rurais lutam incessante e historicamente pela manutenção de sua fonte de trabalho e do sustento de suas famílias e contra a exploração e perseguição de fazendeiros, pecuaristas e empresas agropecuárias que cercam as terras, pressionando e impedindo o livre acesso das trabalhadoras aos babaçuais.
A firme resistência veio a partir da afirmação de uma identidade coletiva e da certeza de que sua atividade econômica era essencial para a vida delas.
Para fortalecer suas reivindicações, as mulheres criaram o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), no ano de 1995. O MIQCB luta pelo direito à terra e à palmeira de babaçu para que possam trabalhar e manter a natureza estável e pelo reconhecimento das quebradeiras de coco como uma categoria profissional.
No Coité, vivem 67 famílias, totalizando 2.013 pessoas que compõem a comunidade tradicional que reivindica a propriedade do imóvel onde vivem e trabalham há muitas décadas, extraindo seu sustento da árvore do babaçu. Com a regularização fundiária, fundamentada na Lei Nº 7.294/2019, o Governo do Piauí está doando o imóvel rural que faz parte de patrimônio público para a comunidade, em nome da Associação das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais do Coco Babaçu da Vila Esperança.