Geral Por: Thiago Andrade Repórter 31 Out 2017 12:04 Rede Piauí de Notícias

Reforma Protestante: 500 anos depois, quais suas contribuições?

Reforma defendeu a separação entre Igreja e Estado(Laicidade) e a universalização da educação


Neste dia 31 de outubro de 2017 é comemorado os 500 anos da Reforma Protestante. Foi nessa data em 1517, na Alemanha, em Wittenberg, que Martinho Lutero, monge católico, afixou na capela de tal cidade as suas noventa e cinco teses. Tal decisão se tornou decisivo e marcou esse movimento, que não foi somente religioso, mas social e político, afetando diversos países, transformando a mentalidade do mundo ocidental.

Depois de Lutero, outro homem teve papel fundamental na condução da Reforma. Esse foi João Calvino. Francês, mas tendo que fugir da França por causa de seus ideais de Reforma, foi convidado por Guilherme Farel para ajudá-lo na Reforma da cidade de Genebra na Suíça. Foi nessa cidade que os ideais de Reforma de Calvino puderam ser testados.

Como já colocado acima, a Reforma Protestante não foi apenas um movimento de cunho religioso, mas também, trouxe transformações em diversos países, em diversos aspectos, como sociais, econômicos e políticos. Essas transformações se deram em virtude dos pressupostos idealizados e resgatados pelos reformadores e, sobretudo com Calvino. A Reforma Protestante destacou a importância do indivíduo como agente responsável diante de Deus e do mundo. Neste sentido, nota-se que até o momento da Reforma, as pessoas eram vistas, como parte de um povo que precisava depender inteiramente da igreja institucionalizada. Era a igreja quem deveria interpretar as Escrituras, por exemplo. O povo (iletrado, analfabeto), não era visto como capaz de pensar e entender a Bíblia, somente o sacerdote tinha tal prerrogativa. Com a Reforma, as pessoas passaram a ser vistas como indivíduos, que com a iluminação do Espírito Santo, podiam ir às Escrituras e obter dela as instruções para a sua vida e até mesmo chegar ao conhecimento da salvação sem a mediação da igreja, apenas com a mediação de Cristo Jesus. Com a Reforma, a pessoa passou a ser considerada um indivíduo, capaz de pensar, e responsável diante de Deus e do mundo.

Com a Reforma, a pessoa passou a ser considerada um indivíduo, capaz de pensarCom a Reforma, a pessoa passou a ser considerada um indivíduo, capaz de pensar Foto:Reprodução da internet.

Na Reforma a separação entre o sagrado e o profano foi abandonada. Para a Reforma, todas as coisas e todas as áreas da vida pertencem a Deus. Tudo deve ser feito para glorificar a Deus. Dessa forma, a simples atividade de quem quer que fosse, podia glorificar a Deus, quando feita para atender a esse propósito. Com isso o trabalho, ganhou uma dimensão relevante.

Na questão política, a Reforma defendeu a separação entre Igreja e Estado. Calvino por exemplo ensinou que embora ambos os regimes eram de origem divina, contudo, dever-se-ia preservar a distinção entre eles. A Igreja não deveria se misturar ao Estado. A Igreja não poderia se intrometer no Estado, nem este se intrometer naquela.




 

Entre as contribuições do movimento destacam-se

Cidadania - Martinho Lutero também estimula a criação de escolas para toda a população. Houve forte ênfase na educação para suprir as demandas da recém nascida sociedade moderna, com dimensões geográficas, políticas, econômicas, intelectuais e religiosas em transformação.

Universidades - As mudanças e ênfases da Reforma estimularam o aparecimento das instituições de ensino. “A história das universidades nos estados alemães durante os séculos 16 e 17 foi determinada pelo progresso da religião e é quase idêntica a do desenvolvimento da teologia protestante”, declara Paul Monroe no livro História da Educação.

 




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