Roda literária valoriza e incentiva os autores do Estado
A SOL – Sociedade Literária de Teresina se apresenta também como um excelente programa cultural.
Uma das diversões mais sadias para a mente e o espírito é e sempre será, ler livros. O gosto pela leitura é algo que deve ser estimulado e aprimorado sempre, afim de manter e criar públicos. Prestigiar o trabalho dos escritores, sejam eles velhos conhecidos ou gratas revelações, faz parte de quem tem no hábito da leitura um traço da sua personalidade.
Com a missão de promover a literatura Piauiense, contribuir com os escritores para que eles tenham reconhecimento e valorização de suas obras, criar um espaço de comunicação entre os autores piauienses de diversas correntes e o público para que os mesmos falem de suas produções, foi que surgiu a SOL – Sociedade Literária de Teresina, uma iniciativa de um grupo de apaixonados pela literatura, entre os quais, o professor e antropólogo Frei Antônio Leandro da Silva, os empresários Leonardo Dias e Pádua Carvalho e os professores Antônio Carlos Belfort de Carvalho Filho, Virgínia Maria de Melo Magalhães e Márcia Evelin de Carvalho.
A SOL visa ainda revelar novos autores, além de fortalecer a discussão sobre literatura e incentivar a adoção das obras dos autores piauienses nas grades curriculares.
Um dos entusiastas da Roda Literária é o empresário Pádua Carvalho, Professor, escritor, associado e membro fundador da SOL – Sociedade Literária, autor do Livro Crispim – Rios de Desesperança, que nos concedeu uma entrevista sobre a origem e desenvolvimento desse projeto.
RPiauí: COMO SURGIU A IDÉIA DA SOCIEDADE LITERÁRIA? O QUE A INSPIROU E O QUE A MANTEM?
Pádua Carvalho: A ideia surgiu de uma conversa entre os professores, Frei Antônio Leandro e Belfort Filho, que tinham o interesse em criar um grupo de discussão a respeito de literatura piauiense. Mas já há cerca de três anos, frei Leandro e eu conversávamos muito sobre a literatura e o desejo de lançar livros. Foi a partir do reavivamento destas conversas que fui convidado, juntamente com o editor e empresário Leonardo Dias e as professoras Virgínia Magalhães e Márcia Evelin a criar um grupo com essa finalidade – uma roda de literatura.
A inspiração para a criação da Sociedade, foi o desejo comum de evidenciar a literatura piauiense, abrindo espaço para seus autores e revelando novos, trazendo para a luz da SOL, pessoas que escrevem e que não tem a oportunidade para mostrar seus trabalhos.
A Roda Literária da SOL busca homenagear escritores vivos, para que eles possam falar de sua obra e interagir com o público. Visto que já há muitos saraus que reverenciam os grandes escritores do Piauí, como Da Costa e Silva, O. G. Rêgo de Carvalho, A. Tito Filho, H. Dobal, Fontes Ibiapina, dentre outros. O que é muito bom, pois com isso, cresce o interesse do público pela literatura piauiense.
A SOL é mantida pelo entusiasmo de seus membros fundadores e dos outros associados que dela fazem parte. Não é uma entidade com fins lucrativos, as despesas são rateadas entre os membros, mas contamos com o apoio de algumas empresas, como a Editora Nova Aliança, a Livraria Entrelivros e outros colaboradores. A meta é avançar nesse sentido junto a iniciativa privada para que a cultura ganhe mais com ações nesse sentido e possamos aumentar a produção de obras literárias no Piauí.
Membros fundadores da SOL. Imagem: arquivo Pádua Carvalho.
RP: QUAIS AUTORES JÁ PASSARAM POR ELA?
PC: Desde a sua criação, a SOL já realizou encontros com a presença dos escritores Dílson Lages (10/05), Eneas Barros (14/06), Lisete Napoleão (12/07), Homero Castelo Branco (09/08), Deusdeth Nunes (Garrincha) (13/09). Em outubro (dia 11) o a roda será com as autoras de livros infantis, Anna Miranda, Márcia Evelin e Eulália Teixeira. No mês de novembro (dia 8) será com o presidente da Academia Piauiense de Letras (APL), Nelson Nery Costa.
RP: COMO SÃO OS ENCONTROS, COM QUE FREQUENCIA ACONTECEM E ONDE?
PC: As Rodas Literárias da SOL acontecem sempre na segunda quarta-feira de cada mês, geralmente às 19 horas na Livraria Entrelivros, avenida Dom Severino, 1045, bairro de Fátima. Na ocasião, o escritor, objeto de atenção máxima, senta-se numa cadeira giratória no meio de um círculo (daí o nome roda literária), onde tem sua biografia e obras apresentadas pelos membros da SOL, depois, ele fala sobre a gênese de seu trabalho, em seguida, responde às perguntas de seus interlocutores e por fim tem uma roda de poesia, sessão de autógrafos, sorteios de livros e aperitivos para os convidados. Tudo isso, sempre acompanhado por música, pois a SOL busca casar música e literatura. Já estiveram participando musicalmente de nossos encontros: José Quaresma (Validuaté), Jamile Souto, Flávio Moura, Daniel Hulk (Roque Moreira) e Samara (MPB). Os encontros têm duração de no máximo duas horas.
RP: COMO ESTÁ SENDO A RECEPTIVIDADE DO PÚBLICO E QUEM PODE PARTICIPAR?
PC: Há uma ótima resposta do público. Vemos claramente um grande interesse pela literatura. Nossas Rodas Literárias são bem concorridas, um público de qualidade, composto por jovens e adultos que buscam conhecer melhor o que se faz aqui. Há uma busca cada vez maior nesse sentido. A SOL procura acabar com a visão da literatura estancada, enfadonha, a ideia é dinamizar, atraindo escritores jovens, talentos revelações e promover sua interação com escritores mais experientes.
Roda Literária com o escritor Garrincha. Imagem: arquivo Pádua Carvalho.
RP: O QUE PODEMOS ESPERAR DO PROJETO PARA 2018?
PC: Queremos ampliar nossa atuação promovendo rodas nas escolas para o público infanto-juvenil, levar os escritores para as escolas para que as crianças e a juventude tenham contato com nomes que eles só conhecem das capas dos livros. Buscar parcerias-público-privada junto as universidades, faculdades, academias literárias, empresas, entidades culturais e etc.) para produção de mais obras e eventos em torno da literatura. Há um interesse em constituir a SOL como entidade para representar melhor seus ideais e fidelizar um círculo de ouvintes-leitores e uma referência no âmbito cultural. Até lá, nossa intenção é consolidar a Roda Literária da SOL para atuar na expansão e promoção da literatura piauiense, um projeto já em andamento é a publicação de obras dos escritores que compõem a SOL. Já foram impressos e lançados os livros “Crônicas de um Flâneur Brasileiro” de Antônio Leandro, “O segredo da Chita Voadora” de Márcia Evelin e para serem lançados até novembro, os livros “Crispim - Rios de desesperança”, de Pádua Carvalho e “Sentidos”, de Belfort Filho.
Crispim - Rios de desesperança”, de Pádua Carvalho será lançado em novembro na Roda Literária da SOL. Imagem: arquivo Pádua Carvalho.