
Suspeito de aplicar R$ 250 mil em golpes contra idosos vai para prisão domiciliar
Golpes de empréstimos consignados: advogado preso em Picos é transferido para prisão domiciliar
O advogado Fernando Cipriano, preso desde a última quinta-feira (11) sob suspeita de aplicar golpes contra aposentados, deixou a unidade prisional e passou a cumprir prisão domiciliar. A medida foi confirmada pelo delegado Jônatas Brasil, responsável pelo inquérito.
Segundo o delegado, a decisão está amparada no Estatuto da Advocacia, que garante prisão domiciliar a advogados quando não existem locais adequados para sua custódia. O inquérito deve ser concluído até a próxima sexta-feira (19).
“Estamos na fase final da investigação. Ainda ouviremos algumas testemunhas e, por último, o próprio suspeito, para só então encaminhar o procedimento à Justiça”, explicou Jônatas Brasil.
Golpes chegam a quase R$ 250 mil
As investigações apontam que o esquema criminoso teria movimentado quase R$ 250 mil. O golpe funcionava da seguinte maneira: um intermediário abordava aposentados ou pensionistas — em geral, pessoas idosas de baixa renda que já haviam feito empréstimos anteriormente — e dizia que um advogado estaria entrando com uma ação judicial para reaver valores cobrados a mais em juros.
A promessa era que o caso seria resolvido rapidamente, mas seria cobrada uma taxa de 50% do valor recuperado. As vítimas eram levadas até o escritório de Fernando Cipriano, onde ele fazia selfies com elas, alegando que eram exigências do processo judicial. Na realidade, as fotos serviam para o reconhecimento facial que autorizava novos empréstimos em nome das vítimas.
Dias depois, os aposentados eram chamados novamente ao escritório e entregavam cartões e senhas ao advogado, que então ia ao banco sacar ou transferir os valores. Os empréstimos contratados variavam de R$ 1.388,31 a R$ 42.268,64.
Novas denúncias
Além disso, a Delegacia de Polícia Civil em Picos continua recebendo queixas de moradores de Santana do Piauí sobre golpes relacionados a empréstimos consignados. Os criminosos recolhiam documentos das vítimas com a promessa de liberar valores sem cobrança de juros. Com esses dados, contratavam novos empréstimos em nome delas.
Uma das vítimas relatou que foram feitos contratos de R$ 12 mil e R$ 7 mil em seu nome. Outros aposentados também foram lesados, embora os valores não tenham sido informados. Em um dos casos, um advogado chegou a ser abordado pela Polícia Militar após denúncias feitas pelos prejudicados.
Com informações de Cidade Verde