Caso Salve Rainha: TJ nega recurso e caso segue no Tribunal do Juri
Por decisão unânime, O julgamento do réu prossegue no Tribunal do Juri
ATUALIZADO ÁS 11:28 MIN
Por decisão unânime, os desembargadores Sebastião Martins, Eulália Pinheiro e Pedro Macedo negaram o recurso da defesa do acusado Moacir Silva Júnior. O julgamento do réu prossegue no Tribunal do Juri, que deverá determinar se a colisão que matou dois integrantes do Coletivo Salve Rainha e feriu gravemente um terceiro, foi um crime de dolo eventual (quando o acusado não deseja o resultado de sua ação, mas assume o risco) ou culpa consciente (quando o acusado prevê o resultado, mas não o quer, não assume o risco e pensa poder evitar).
O julgamento do réu prossegue no Tribunal do Juri Foto: PortaloDia
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Hoje, sexta-feira (17), a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí julga o recurso proposto pela defesa de Moaci Moura da Silva Junior, acusado de causar a morte dos irmãos Bruno Queiroz e Junior Araújo, criadores do projeto Salve Rainha, e deixar lesões no artista plástico e jornalista Jáder Damasceno, em um acidente de trânsito ocorrido em junho do ano passado. A defesa recorreu para que o caso, que já foi classificado como doloso, seja julgado como culposo e não tenha necessidade ir a júri.
Segundo o relator do caso, o desembargador Sebastião Martins, a determinação deve ser votada por três desembargadores. “Se o crime é considerado culposo, quando não há intenção de matar, o acusado deixaria de responder por homicídio e responderia apenas por crime de trânsito, o que deixaria a pena mais leve e sem necessidade de ir a júri”, falou.
Jáder Damasceno, que se manifestou nesses dias nas redes sociais conclamando que a sociedade estivesse presente no julgamento, diz que teve conhecimento da audiência um dia antes. “A audiência estava marcada para o feriado do dia 15, porém, mudaram a data e não nos avisaram. Por isso postei o vídeo para chamar atenção, porque parece que as pessoas não têm noção do que realmente aconteceu”, pontuou.
O caso foi considerado pela promotoria responsável como homicídio doloso, quando existe intenção de matar, quando ficou comprovado que Moacir conduzia o veículo a 100 km/h, ou seja 50% acima do permissível na via onde ocorreu o acidente, além de passar no sinal vermelho, tentar fugir do local e não prestar socorro.
Estado em que ficou o veículo após a batida que resultou na morte dos irmãos Bruno e Júnior Foto:Reprodução da internet.
Jáder, que estava dentro do carro com os irmãos Bruno Queiroz e Júnior Araújo, saiu vivo do acidente, mas ficou com grave sequelas que comprometeram sua movimentação, audição e visão. O jornalista corre o risco ainda de perder o globo ocular do lado direito. “Todos os dias existem casos como esses acontecendo. Um irresponsável bêbado ao volante achando que é Deus. Sabe por que isso acontece? Porque a justiça não é feita”, declarou