Até os militares são contra intervenção militar
As pessoas que pedem intervenção militar são um setor radical e antidemocrático da sociedade.
Pedidos de “intervenção militar” e “volta da ditadura militar” tornaram-se comuns desde os protestos de agosto de 2016 que pediam a retirada da presidente Dilma Rousseff. Algumas pessoas durante as manifestações dos caminhoneiros se aproveitaram do momento de instabilidade do Brasil e retomaram tais pedidos.
As pessoas que pedem intervenção militar são um setor radical e antidemocrático da sociedade e viram no caos provocado pelas paralisações uma oportunidade de que o Exército decretasse o início de uma intervenção militar. No entanto, nem mesmo os militares são favoráveis a uma intervenção militar.
O general Villa Bôas, comandante do Exército Brasileiro, declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. paulo concedida em 2016 que aqueles que pedem golpe de Estado são malucos e tresloucados.
“Esses tresloucados, esses malucos vêm procurar a gente aqui e perguntam: ‘Até quando as Forças Armadas vão deixar o País afundando? Cadê a responsabilidade das Forças Armadas?’”, falou Villa Bôas.
O ministro da Defesa, general de Exército Joaquim Silva e Luna, também declarou ser contra golpe militar. Ele afirmou ser inconstitucional. “Intervenção militar é inconstitucional. O caminho do acesso ao poder é pelo voto. É o único caminho. As Forças Armadas trabalham 100% apoiadas na legalidade, com base na Constituição e sob autoridade do presidente da República”, declarou o ministro, que também afirmou não gostar de quem pede intervenção, pois podem dar a impressão de que as Forças Armadas estão por trás de uma insuflação, o que não é verdade.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Westphalen Etchegoyen, também general do Exército, declarou que o assunto é coisa do século passado e que não tem sentido algum. Ele também falou que não vê nenhum militar pensando e falando em golpe militar.