Brasil bate recorde de mortes violentas em 2017 e Piauí apresenta redução
O número de pessoas mortas em intervenções policiais registrou aumento de 20%, com 5.144 casos em 2017.
Apenas em 2017, o Brasil registrou 63.880 mortes violentas, o maior número de homicídios da história recente do país. Os dados indicam que foram assassinadas 175 pessoas por dia, registrando elevação de 2,9% em comparação a 2016. A taxa é de 30,8 mortes para cada 100 mil habitantes.
Os dados fazem parte do 12º Anuário de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (9), em São Paulo, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os dados de 2017 colocam o Brasil entre os países mais violentos do mundo. Balanço do Banco Mundial de 2015 (dados mais recentes) mostra, que naquele ano, o país teve 26,7 mortes por 100 mil habitantes, em sexto lugar entre os países mais perigosos, atrás apenas de El Salvador, Honduras, Venezuela, Jamaica e Trinidad e Tobago.
Os estados mais violentos, conforme o levantamento, são Rio Grande do Norte, Acre e Ceará. O Rio de Janeiro, por exemplo, sob intervenção federal na segurança pública há seis meses, aparece na 11ª colocação. Já as capitais, são Rio Branco, Fortaleza e Belém. Esses rankings são feitos com base na taxa de mortes violentas.
As menores taxas estão em São Paulo (10,7), seguida de Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2).
De acordo com o levantamento, o número de homicídios dolosos cresceu 2,1%, ao atingir os 55.900. As lesões corporais seguidas de morte totalizaram 955, com crescimento de 12,3%. Já os latrocínios caíram 8,2% e foram 2.460.
Violência policial
O número de policiais mortos reduziu 4,9%, chegando a 367. Na contramão, o número de pessoas mortas em intervenções policiais registrou aumento de 20%, com 5.144 casos em 2017.
Violência contra a mulher
Os indicadores mostram ainda que os estupros aumentaram 8,4%, chegando a 60.018. Os casos de feminicídio totalizaram 1.133.
Em 2017 foram registrados 221.238 casos de violência doméstica, uma média de 606 por dia. Também houve crescimento no número de mulheres vítimas de homicídio (6,1%), chegando a 4.539.
Armas de fogo
No ano passado, foram apreendidas 119.484 armas de fogo. Dessas, 94,9% não eram cadastradas no sistema da Polícia Federal (Sinarm). Entre as armas legais apreendidas, 13.782 tinham sido perdidas, extraviadas ou roubadas – o que equivale a 11,5% das armas apreendidas no período.
Desaparecimentos
Os dados do estudo contabilizam 82.684 registros de pessoas desaparecidas apenas em 2017.
População carcerária
De acordo com o anuário, a população carcerária brasileira era de 729.463 pessoas em 2016 - 689.947 no sistema penitenciário e 39.516 sob custódia das polícias. O estudo mostra ainda o déficit no sistema prisional que contava com 367.217 vagas, o que resulta em duas pessoas presas para cada vaga.
Piauí
Pelo levantamento, o Piauí registrou 20,2 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2017. O dado é 1,7% menor que no ano anterior. O Piauí registrou uma redução de 7,6% de mortes a cada 100 mil habitantes. Em 2016 foram 703 e no ano seguinte 651. Com esse resultado, o estado é o terceiro do Nordeste em redução dessa taxa, atrás de Sergipe (12,9%) e do Maranhão (12,8%).
Um destaque é o aumento para os homicídios de mulheres: foram 62 pessoas do sexo feminino assassinadas ano passado contra 55 em 2016. Mas, segundo os dados divulgados, o número de feminicídios reduziu de 31 em 2016 para 26 em 2017.
Teresina
Entre as capitais brasileiras, Teresina também apresentou redução das mortes violentas, em um índice de 14,2% a cada 100 mil habitantes. De 367 em 2016 para 316 em 2017.
No entanto, o número de latrocínios aumentou de 22 para 25, de um ano para o outro, ficando uma taxa de 13,3% a cada 100 mil habitantes. A capital piauiense está entre as nove capitais brasileiras que tiveram esse aumento. No Piauí, como um todo, houve redução: de 49 em 2016 para 45 no ano seguinte.
Confira infográfico:
Com informações de Agência Brasil, Folhapress e Cidade Verde