Como uma pesquisa feita com mais de 1000 pessoas reflete o pensamento de 2 milhões de eleitores?
Instituto de Pesquisa explica a dinâmica e o processo de uma pesquisa
Em outubro os brasileiros vão às urnas para eleger presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Com a proximidade do período eleitoral, é normal a imprensa divulgar pesquisas de intenção de votos com números que refletem a preferência do eleitorado brasileiro em relação aos pré-candidatos a cada cargo.
Mas você já se perguntou como é feita uma pesquisa? Qual a relevância que elas têm e como elas podem influenciar na opinião das pessoas? A Rede Piauí de Notícias conversou com o presidente do Instituto Census de Pesquisa, Ivanilson Clarindo, que explicou como funciona o processo de confecção de uma pesquisa e como elas podem ser importantes para conhecer a tendência de opinião do público além de ajudar empresas e pessoas no planejamento de estratégias.
Na última terça-feira (24), os meios de comunicação de todo o Piauí divulgaram os resultados de uma pesquisa para governador que aponta para uma vitória do governador Wellington Dias (PT), que tem 51% da preferência do eleitorado piauiense. A pesquisa ouviu 1.139 eleitores com 16 anos ou mais de idade, distribuídos em 47 municípios. Esta foi uma amostra de um total 2.346.760 eleitores que existem no Piauí, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral.
De acordo com Ivanilson Clarindo, as pesquisas se amparam em pilares técnicos e estatísticos exigidos por lei para retratratarem com precisão o pensamento, as preferências ou os hábitos dos entrevistados. "Antes da pesquisa ser realizada, é necessário um mapeamento dos bairros e das regiões que serão visitadas, que fornecerão informações importantes tanto sobre a cidade ou estado quanto dos seus habitantes. Se 20% da população de uma determinada cidade vive na zona rural e 80% vive na zona urbana, 20% das pessoas que serão ouvidas devem ser das comunidades rurais e 80% da zona urbana", explicou o proprietário do Instituto Census.
Ivanilson informou também que, além das informações sobre o local onde a pesquisa será realizada, é preciso levar em consideração uma série de variáveis e indicadores sobre o perfil dos entrevistados. "Os institutos devem conhecer o perfil dos moradores da cidade ou da região em que a pesquisa será realizada. É necessário estar em posse de informações sobre sexo, grau de escolaridade, faixa-etária, renda, etc. para atingir todos os públicos. A extratificação de todos esses segmentos implica diretamente nos resultados, na qualidade e na confiança da pesquisa. Se numa região 20% tem curso superior e amostra é 1000 pessoas, 200 pessoas ouvidas devem possuir curso superior", disse Ivanilson Clarindo.
Reportagem de Ryan Andrade, supervisão de Pedro Henrique Santiago