Deputados federais que são ex-militares e ex-policiais não defendem golpe militar
Alberto Fraga, coronel reformado da Polícia Militar (DEM-DF), disse que quem prega intervenção militar não tem o que fazer.
Pedidos de “intervenção militar” e “volta da ditadura militar” tornaram-se comuns desde os protestos de agosto de 2016 que pediam a retirada da presidente Dilma Rousseff. As pessoas que pedem intervenção militar são um setor radical e antidemocrático da sociedade e viram no caos provocado pelas paralisações uma oportunidade de que o Exército decretasse o início de uma intervenção militar. No entanto, nem mesmo a “bancada da bala” se manifesta publicamente a favor de um novo golpe militar no Brasil.
A “bancada da bala” é como é chamado o grupo de deputados federais formado por ex-militares e ex-policiais. Eles costumam se mostrar faroráveis ao regime militar vivido pelo Brasil de 1964 a 1985, mas rejeitam a ideia de interveção militar que é clamada por algumas manifestações em redes sociais.
Até mesmo o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, atualmente em entrevistas diz defender o voto. Alberto Fraga, coronel reformado da Polícia Militar (DEM-DF), disse que quem prega intervenção militar não tem o que fazer. “O que há é alguns infiltrados pregando intervenção militar. Isso, na democracia que a gente vive, é inconcebível. É falta do que fazer”, afirmou o deputado.
O Capitão Augusto (PR-SP), da reserva da Polícia Militar de São Paulo, acredita que os militares vão voltar ao poder, mas pela via democrática, ele acredita que um golpe seria um desastre econômico. “Seria um desastre econômico devido às relações comerciais com outros países”, declarou.
O aliado de Bolsonaro e candidato ao Senado em São Paulo, Major Olímpio (PSL-SP), critica os extremistas. “Sou pela democracia, sou pelo voto. Todos os extremistas, seja pela intervenção, seja pela esquerda, querem colocar o país no caos. Todos esses extremos são criminosamente maléficos para o povo brasileiro”, afirmou ele.
Até os militares são contra intervenção militar
O general Villa Bôas, comandante do Exército Brasileiro, declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. paulo concedida em 2016 que aqueles que pedem golpe de Estado são malucos e tresloucados.
“Esses tresloucados, esses malucos vêm procurar a gente aqui e perguntam: ‘Até quando as Forças Armadas vão deixar o País afundando? Cadê a responsabilidade das Forças Armadas?’”, falou Villa Bôas.
O ministro da Defesa, general de Exército Joaquim Silva e Luna, também declarou ser contra golpe militar. Ele afirmou ser inconstitucional. “Intervenção militar é inconstitucional. O caminho do acesso ao poder é pelo voto. É o único caminho. As Forças Armadas trabalham 100% apoiadas na legalidade, com base na Constituição e sob autoridade do presidente da República”, declarou o ministro, que também afirmou não gostar de quem pede intervenção, pois podem dar a impressão de que as Forças Armadas estão por trás de uma insuflação, o que não é verdade.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Westphalen Etchegoyen, também general do Exército, declarou que o assunto é coisa do século passado e que não tem sentido algum. Ele também falou que não vê nenhum militar pensando e falando em golpe militar.