Especialista acredita que crescimento da população carcerária se deve à Lei Antidrogas
Grande parte dos homens encarceirados cometeram crimes de menor potencial
Os dados divulgados ontem,8, pelo Ministério da Justiça sobre o cenário do sistema carcerário do Brasil, para alguns especialistas não é uma novidade. Para a doutora em direito da Universidade de Brasília, Soraia Mendes, esse é um cenário mais que previsível.
Ela afirma que o Conselho Nacional de Justiça apresentou os dados que são bem semelhantes ao ano de 2015, e diz que a Lei Antidrogras, que entrou em vigor ano passado, fez crescer o número de dententos. "Essa lei foi responsável por uma aumento significativo do número de pessoas dentro do cárcere. De uma forma geral a política antidrogas encarcera um terço das pessoas que estão atrás das grades", pontua a doutora.
A maior parte das prisões tão relacionadas a crimes de baixo garu de violência / Reprodução: OAB/DF
A doutora acredita que a maior parte das prisões estão relacionadas a crimes de baixo grau de violência e acrescenta que a sociedade precisa repensar se o encarceramento gera uma segurança melhor. "Se o que te traz segurança é imaginar que: pessoas que estão presas são aquelas que cometem os crimes mais "perigosos", isso também não é verdade.", comenta.
Soraia afirma que 40% do sistema carcerário é composto por homens que cometeram crime contra o patrimôminio, e um grande quantidade de homens estão presos por cometerem furtos. "Praticamente 40% do nosso sistema carcerário é composto por homens que cometeram crime contra o patrimônio", finaliza a doutora.