Especialista em direitos humanos defende Praça dos Orixás em Teresina
A consultora declara que a maioria das pessoas fazem confusão do aspecto cultural com o religioso
Em visita ao Piauí, a consultora sobre intolerância religiosa do Ministério dos Direitos Humanos, Andréa Guimarães, se posicionou a favor da inauguração da Praça dos Orixás, em Teresina, como uma maneira de reconhecer as expressões religiosas africanas como parte integrante da formação cultural brasileira. Em entrevista, a consultora declara que a maioria das pessoas fazem confusão do aspecto cultural com o religioso.
"A gente tem que distinguir cultura de religião. Eu acredito que hoje a Praça dos Orixás é um reconhecimento da formação da cultura brasileira utilizando a expressão afro", afirma Andréa Guimarães.
A praça será inaugurada nesta quinta-feira (9), no parque Lagoas do Norte localizado no Bairro são Joaquim. A inauguração sofreu críticas até de vereadores da capital, que argumentaram em defesa do Estado é laico que é um princípio constitucional e o não direcionamento de recursos para uma religião.
A praça será inaugurada nesta quinta-feira (9), no parque Lagoas do Norte Foto: Renato Bezerra/Cidade Verde
Na opinião de Andréa Guimarães, há uma visão errada em parte da sociedade sobre a laicidade e afirmou que é necessário valorizar a contribuição africana para a cultura brasileira. "Eu acho que a Praça dos Orixás simboliza mais um aspecto cultural e de reconhecimento dessa cultura na formação brasileira do que necessariamente religiosa. Acho importante as pessoas terem esse olhar".
A especialista abordou que diversos símbolos do catolicismo estão presentes espaços público. "Da mesma forma que muitas igrejas são tombadas como patrimônio histórico, vários terreiros estão sendo tombados no nosso Brasil exatamente porque eles compõem um patrimônio histórico da formação do nosso país", declarou.