Cidades Por: Patrícia Almeida Repórter 07 Out 2017 17:35 Rede Piauí de Notícias

Estratégias de arquitetura para melhorar a sensação térmica nos ambientes

Uma boa arquitetura deve considerar os aspectos climáticos do local.


Teresina é agraciada com sol praticamente o ano inteiro e com isso o calor tão característico da nossa terra se faz presente e crescente. Em casa, no trabalho, nas escolas, enfim, todos os ambientes que frequentamos, precisam ser climatizados para que possamos viver com os quarenta graus nossos de cada dia. Entretanto, além da climatização artificial, existem outros recursos na arquitetura que podem melhorar significativamente a temperatura nas edificações.

As arquitetas e urbanistas Alessandra Braúna e Stephani Brito da DUO Arquitetura, nos explicam algumas estratégias arquitetônicas que podem influenciar no conforto térmico das edificações.

Alessandra diz que, conhecendo a direção dos ventos predominantes do local, a vegetação e a existência de anteparos naturais ou artificiais próximos é possível usá-los para canalizar os ventos, desviar ou levar o ar para dentro das edificações.

Stephani Brito e Alessandra Braúna da DUO Arquitetura.
Stephani Brito e Alessandra Braúna da DUO Arquitetura. Foto: Alessandra Braúna.

Pode-se utilizar barreiras para obstrução da radiação solar, na parte externa há a opção da parede dupla, que apesar do custo de construção ser discutível, sua eficiência é certa, pois a existência de circulação de ar no seu interior, dificulta a passagem do calor do meio externo para o interno.  Ainda há o uso de elementos vazados como o cobogó, muxarabis e outros, que não são meramente recursos estéticos, e podem servir como barreira e minimizar o calor nos ambientes.

Para que haja uma boa ventilação interna, também é preciso observar o posicionamento e o tamanho das aberturas para conseguir uma ventilação cruzada. Para os locais muito quentes deve haver entrada do ar frio (ou menos quente) e saída do ar quente. Como o ar quente sobe e o ar frio desce, pode-se utilizar de estratégias de aberturas na parte mais alta da edificação, rente ao forro, que permitam a ventilação ou saídas no próprio teto, a exemplo do lanternim. Até mesmo os tipos de janelas escolhidas podem influenciar na ventilação.

Telhado com lanternim.
Telhado com lanternim. Imagem Internet.

No caso das coberturas é importante considerar o tipo de telhas. Telhas cerâmicas e claras são mais adequadas, contudo, telhas metálicas de zinco ou alumínio, por exemplo, além do problema de ruído transmitem bastante calor.

Utilizar um telhado de cor clara pode refletir em até 80% o calor do Sol. Também há a possibilidade de isolar telhados com uma manta metálica refletiva sob a sua estrutura para evitar que o calor seja irradiado para o interior da casa ou utilizar a vegetação. Essa é outra solução que tem ganhado bastante espaço na arquitetura: o uso dos telhados ecológicos ou verdes – que são cobertos com plantas – e por isso fornecem bom isolamento, resfriamento e absorção de parte da água da chuva.

Telha ecológica.
Telha ecológica. Imagem Internet.

No caso de prédios, é importante evitar que grandes fachadas de vidro estejam posicionadas para o lado com maior incidência solar, sobre essa questão do forte uso do vidro nas fachadas, o maior problema desse material é o fenômeno de “efeito estufa”. A radiação que entra pelas aberturas de vidro, aquecem o ambiente interno e não consegue encontrar passagem de volta para o ambiente externo, porque o vidro é um material praticamente opaco à radiação de onda longa, portanto, o ambiente fica superaquecido, e é necessário o uso de sistemas artificiais de refrigeração, que aumentam o consumo energético.

Grande parte dessas estratégias podem se adequar de pequenas a grandes edificações, como residências e prédios. O que realmente se faz necessário é analisar antes de construir, finaliza a arquiteta.




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