Governo diminui recursos da saúde e educação para pagar diesel mais barato para caminhoneiros
Além da educação e da saúde, a segurança e o transporte também vão sofrer cortes.
O presidente Michel Temer (MDB) anunciou uma redução de 46 centavos no preço do diesel, o congelamento da tarifa por dois meses, entre outros pontos. No total, atender à demanda dos grevistas está custando R$ 13,5 bilhões (9,6 bilhões em subsídios e mais 4 bilhões na redução das alíquotas do Cide e PIS/COFINS do óleo diesel). Nesta sexta-feira (01), as autoridades comemoraram não haver mais pontos de protesto ligados à paralisação dos caminhoneiros.
Para compensar, o governo resolveu reduzir recursos para programas ligados às áreas de saúde e educação. Além disso, também tomou medidas que vão elevar a arrecadação de impostos de exportadores, indústria de refrigerantes e indústria química.
O corte será de 55,1 milhões de reais na área da educação. Esse valor era destinado inicialmente para a concessão de bolsas do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies). Na pasta da Saúde, conforme o jornal Folha de S. Paulo, haverá um corte de 135 milhões de um programa destinado para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Políticas públicas voltadas para a juventude, repressão e prevenção ao tráfico de drogas e enfrentamento à violência contra as mulheres também sofrerão cortes em seus orçamentos.
Além da educação e da saúde, a segurança e o transporte também vão sofrer cortes. Apesar de uma das reivindicações dos caminhoneiros ter sido a falta de segurança nas rodovias, o policiamento ostensivo em rodovias federais sofreu um corte de R$ 1,5 milhão. No tranporte, o corte é R$ 368,9 milhões em um programa que envolvia 40 obras.
O presidente Michel Temer também adotou algumas novas medidas para aumentar a arrecadação de impostos. A principal medida diz respeito ao Reintegra, um programa de incentivo fiscal voltado aos exportadores de produtos industrializados em que o governo devolve parte dos tributos pagos por eles. Um decreto presidencial reduziu de 2% para 0,1% o tamanho desta devolução. Com isso, o governo arrecadará até o final do ano 2,27 bilhões de reais.