Investimento em transporte no Brasil precisa dobrar por 25 anos para ter mínimo de qualidade
O investimento nessa categoria chega a 12% do PIB brasileiro, o que equivale a menos da metade do que precisa para se desenvolver: 26%.
Uma pesquisa divulgada no final do mês de maio revelou que a deficiência de infraestrutura básica no Brasil é tão grave que, mesmo que se investisse o dobro do volume de recursos nos últimos 15 anos, ainda seriam necessários mais 25 anos para que os serviços tivessem um 'mínimo de qualidade'.
O estudo foi feito pela consultora Oliver Wyman e comparou o Brasil com seus vizinhos da América Latina e pares emergentes (índia e China). Quatro setores foram avaliados pela pesquisa: transporte, saneamento, energia e telecomunicações. Dentre esses quatro setores, o transporte se encontra em pior situação no Brasil. O investimento nessa categoria chega a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que equivale a menos da metade do que precisa para se desenvolver: 26%.
Ou seja, para que o Brasil consiga ter um padrão de serviços básicos semelhante aos dos países com que foi comparado, seria necessário que o investimento pelo menos dobrasse em cada um dos setores avaliados. A média anual de 2% que foi registrada entre 2001 e 2016 precisaria ir para 4% do PIB durante 25 anos.
No setor de transportes, há ainda a necessidade de investimentos em ferrovias, um caminho para reduzir a dependência do país de rodovias e de diminuir sua vulnerabilidade em momentos como o recente, quando a categoria dos caminhoneiros decidiu entrar em greve e o país entrou em crise.